Está previsto para começar na segunda-feira, 2, o julgamento de ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por fraude no âmbito de um processo civil movido pelo Ministério Público de Nova York, que o acusa de inflacionar durante anos o patrimônio de sua empresa para obter melhores condições em empréstimos e outros benefícios econômicos. A decisão acontece depois que a Justiça negou o pedido dos advogados do republicano, que também é o favorito para disputar as eleições pelo seu partido em 2024, de adiamento – eles tentavam descartar várias acusações contra o magnata. Engoron também rejeitou uma moção paralela da defesa de Trump, que pedia que todas as acusações fossem rejeitadas, e ordenou multas de US$ 7,5 mil para cinco advogados do ex-presidente. A decisão representa um duplo revés judicial para Trump, que apesar de ser o claro favorito para conseguir a candidatura do Partido Republicano para as próximas eleições presidenciais, enfrenta uma longa lista de casos nos próximos meses, o que poderia complicar sua campanha.
Na terça-feira, 26, o juiz Arthur Engoron concordou com o Ministério Público que a acusação, liderada pela promotora Letitia James, “demonstrou (que há) responsabilidade” por parte dos réus – entre os quais estão seus dois filhos adultos e Allen Weisselberg e Jeffrey McConney, dois ex-executivos da Trump Organization – e ordenou que as licenças comerciais de todos em Nova York sejam “canceladas”. Com essa decisão, os réus devem recomendar, nos próximos dez dias, até três pessoas para administrar a dissolução das empresas relacionadas a essas licenças canceladas. Engoron avaliou que Trump fez declarações que triplicavam o tamanho real de seu apartamento na Trump Tower e que uma “discrepância de tal magnitude, por parte de um promotor imobiliário que exagera seu próprio espaço de vida por décadas, só pode ser considerada fraude”.
Em uma audiência na semana passada, o juiz já parecia se inclinar para os argumentos dos promotores, que lembraram que, em um único ano, Trump exagerou seus ativos em US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 10,7 bilhões na cotação atual). Restringir a capacidade de Trump de fazer negócios no estado de Nova York era um dos objetivos da ação apresentada por Letitia James no final de 2022, que cobra uma multa de US$ 250 milhões (R$ 1,24 bilhão), uma questão que deverá ser abordada no julgamento da próxima segunda-feira. Além desse caso de Nova York, Trump enfrentará quatro processos criminais separados no próximo ano, que abrangem 91 acusações criminais. A maioria desses crimes está relacionada ao suposto manuseio irregular de materiais confidenciais na mansão de Trump na Flórida (40 acusações) e a subornos a uma atriz pornô durante a campanha presidencial de 2016 (34 acusações). Ele também enfrenta 13 acusações sob a lei estadual de extorsão na Geórgia por tentar reverter os resultados eleitorais e outras quatro acusações em Washington relacionadas à mesma questão, por suas falsas alegações de fraude eleitoral e múltiplos esquemas.
*Com informações das agências internacionais
Jovem Pan