A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, admitiu que esperava fazer mais para controlar a imigração irregular, que aumentou desde a histórica vitória de seu partido, de extrema direita, nas eleições realizadas há um ano. “É claro que esperávamos mais em matéria de imigração”, resume. “Trata-se, sem dúvida, de um problema muito complexo, mas tenho a certeza de que chegaremos ao fundo da questão”, disse ela em uma entrevista transmitida pela televisão no sábado, 23, por ocasião do aniversário da vitória eleitoral. O partido pós-fascista Irmãos da Itália, de Meloni, foi eleito, em grande parte, pela promessa de reduzir a imigração em massa para a Itália. O número de chegadas de barcos do Norte da África aumentou, porém, com mais de 130 mil registradas pelo Ministério do Interior desde o início do ano, em comparação com 70 mil no mesmo período de 2022.
Após a chegada de 8.500 pessoas à pequena ilha de Lampedusa em apenas três dias, no início do mês, Meloni pediu à União Europeia que aja mais para ajudar a aliviar a pressão. Neste intervalo de tempo, a região recebeu mais migrantes do que sua população inteira, que é de aproximadamente 6.000 habitantes. Bruxelas anunciou esta semana que vai desbloquear dinheiro para a Tunísia, de onde partem vários barcos , no âmbito de um pacto destinado a conter as migrações irregulares procedentes desse país. O principal parceiro da coalizão de Meloni, Matteo Salvini, do partido anti-imigração Liga, rejeitou os esforços da UE para administrar o afluxo de chegadas, para ele “um ato de guerra”.
O vice-primeiro-ministro, que fechou os portos italianos aos navios de resgate de migrantes enquanto estava no governo em 2019, é a favor de uma abordagem mais dura. Desde que assumiu o poder, em outubro passado, o governo de Meloni restringiu as atividades dos navios de resgate humanitários, os quais acusa de encorajarem os migrantes. Ao mesmo tempo, comprometeu-se a reprimir os traficantes. Também tentou estimular a repatriação das chegadas consideradas impróprias para asilo e exigirá que os migrantes à espera de uma decisão a esse respeito paguem uma fiança de 5.000 euros, ou sejam enviados para um centro de detenção.
*Com informações da AFP
Jovem Pan