A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro foi interrompida por cinco minutos após um bate-boca entre os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Em meio ao depoimento do blogueiro Wellington Macedo, preso por participar do plano de armar uma bomba no aeroporto de Brasília, Nikolas atacou deputados da esquerda ao mostrar postagens do deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) com comentários ofensivos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A intenção foi rebater ataques dos governistas que “rotulam” os integrantes da direita. “Não venham dizer que nós somos pregadores de ódio […] Não somos seres humanos mais? Nós somos genocidas, intolerantes, homofóbicos, transfóbicos […] Não me venham com mentiras aqui porque, enquanto a gente tiver folheto, vai desmentir essas mentiras aqui”, disse o deputado do PL. Nikolas mostrou ainda montagens de setores da esquerda que supostamente pregavam a morte do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Temos um (sic) LGBT segurando a cabeça do Bolsonaro, um cartoon segurando a cabeça do Bolsonaro e vários outros. Agora, o que eles dizem é: ‘Eu não defendo isso’. Nunca vi dizerem que discordam publicamente.”
Durante sua fala, Nikolas cita o nome da deputada Jandira Feghali, que pediu direito de resposta. O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), negou o pedido por questões regimentais. Ele já havia concedido réplica a dois congressistas durante a reunião. Jandira insistiu e disse que precisava responder o “moleque”. “Este moleque precisa de resposta, isso é um moleque.” A partir daí, os dois deputados começaram a bater boca ao mesmo tempo, assim como outros integrantes de governo e oposição. Em meio ao caos, Maia suspendeu a sessão por cinco minutos. Após a confusão, Jandira saiu do Plenário 2 do Senado Federal, onde é realizada a CPMI.
A jornalistas na saída, a deputada pelo PCdoB do Rio de Janeiro comentou o caso. “Eu quero apenas dizer que o deputado Nikolas é um moleque, um defensor do golpe de 64 e não respeita ninguém nesta CPMI, não quer investigar nada, só quer agredir porque falta argumento. Eles não têm mais para onde ir e só querem agredir as pessoas que, qualificadamente, têm história nesse país, que fazem uma investigação séria nesta CPMI. Ele faz isso sempre na ausência, o Pastor Henrique não estava, ele fez na ausência. Ele não respeita ninguém, ele é um moleque”, disse a deputada.
Fonte: Jovem Pan