É impressionante, ainda que não seja surpreendente, a sequência de balelas apresentadas pelo Projeto de Emenda à Lei Orgânica de Maceió para justificar o aumento do número de vereadores na capital – de 25 para 27, como trouxemos ontem aqui.
O pacote de mentiras, sem constrangimento, começa afirmando que o aumento "se justifica não apenas pela circunstância de que a Câmara Municipal de Maceió vem, a cada dia, incrementando novas atividades e assumindo novas atribuições".
Se elas, as novas atividades, existem são clandestinas, desconhecidas da população. O Legislativo existe para exprimir o vigor de uma sociedade, sendo o lugar onde devem ecoar as queixas e reivindicações da população sofrida e trabalhadora.
Que é do Plano Diretor de Maceió?
A Câmara de Vereadores atual é tão somente uma repartição pública que distribui comendas de forma destrambelhada; cria dias de todas as cores e motivos; concede títulos de cidadania às mais diversas personalidades, em volume tão grande que não se sabe quem efetivamente merece a homenagem. No mais, lacração de rede social, tão própria desses tempos imbecilizantes.
E segue o projeto:
"Além disso, faz-se necessário, cada vez mais, exercer o papel de fiscalização e controle do Executivo e suas ações."
Que fiscalização é essa?
A maioria e quase totalidade dos vereadores é formada por governistas com indicações de cargos para apadrinhados e apaniguados na prefeitura a que deveriam fiscalizar e que tem como líder da oposição um edil conhecido por gastar o dinheiro da Casa de Mário Guimarães com "refeições" para ele e sua equipe de trabalho em bares e restaurantes da capital.
E aí vem uma meia-verdade:
"Afora isto, quanto mais plural o Legislativo, melhor será o desempenho da atividade não apenas legislativa, como de fiscalização e acompanhamento das ações do Poder Executivo."
Ser plural é essencial para a democracia, mas a atual composição da Câmara de Maceió tem da extrema-direita à esquerda, sem que isso signifique algum debate de conteúdo na Casa, algo que chame a atenção do cidadão – cidadã - comum.
Eles querem, está claro, é facilitar a sua permanência no fofinho e gostosinho.
Diversidade tem de rimar com qualidade e com vontade.
Nenhum vereador há de ser representante de si próprio.