O ex-diretor da Odebrecht, Jorge Barata, confirmou pagamentos da empreiteira a ex-presidentes do Peru nas últimas duas décadas. O executivo prestou depoimento como testemunha no julgamento de um processo de lavagem de dinheiro que envolve funcionários do governo e políticos do país. A participação de Barata na audiência faz parte de um acordo de colaboração com a Justiça peruana assinado em 2018. Falando diretamente do Brasil, por videoconferência, o ex-diretor da construtora brasileira relatou subornos pagos para a construção do metrô de Lima. A obra foi realizada pela Odebrecht durante o segundo governo de Alan García, ex-presidente que cometeu suicídio em 2019 quando a polícia ia prendê-lo. Jorge Barata confirmou que a empresa contribuiu financeiramente com as campanhas de quase todos os eleitos para ocupar a presidência do país nas últimas duas décadas. O ex-diretor reconheceu a entrega de dólares em espécie e transferências a empresas que tinham como destinatários diversos candidatos à presidência e ao congresso do Peru.
Barata mencionou as campanhas dos ex-presidentes Alan García, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski, além da candidata presidencial Keiko Fujimori e da ex-prefeita de Lima, Susana Villarán. O ex-presidente Alejandro Toledo também faz parte da lista de políticos envolvidos no caso e está em prisão preventiva desde abril, cumprindo pena de 18 meses. Toledo ainda é investigado pro ter recebido US$ 35 milhões da Odebrecht em troca de apontar a empresa brasileira como vencedora de licitação para a construção de uma importante rodovia.
*Com informações do repórter Paulo Edson Fiore
Fonte: Jovem Pan