Representantes do Grupo Wagner aconselharam nesta quarta-feira, 30, seus combatentes mercenários a encontrarem outro trabalho após a morte do líder Yevgeny Prigozhin, que foi enterrado nesta terça-feira, 29, em um cemitério de São Petersburgo. “Várias dezenas de milhares de combatentes totalmente preparados estão prontos para trabalhar e para defender sua pátria (na Ucrânia), mas devido a circunstâncias bem conhecidas, por enquanto eles não nos deixam”, disse o representante do Grupo Wagner em um áudio reproduzido pelo portal de notícias “Bashnie Istorii”. Ele acrescenta que os mercenários agora são forçados a procurar trabalho na África e no Oriente Médio, mas que “a situação lá também não é fácil”. “Temos uma forte concorrência do Ministério da Defesa e da Guarda Nacional, que também estão planejando e tentando obter acesso (a essas áreas) com atividades semelhantes às nossas”, afirmou. O porta-voz explicou que Prigozhin abordou essa questão em sua última viagem à África, onde vários países demonstraram interesse em seus serviços, embora esses contratos futuros ainda estejam no ar. “Tentaremos encontrar trabalho para nossos membros. Quando e quanto, não sabemos. Portanto, esperem ou procurem outro emprego. Fiquem atentos à situação internacional. Se nossa equipe receber permissão para retornar à área da operação militar especial (na Ucrânia), então retomaremos ativamente o recrutamento de homens. Haverá trabalho”, ressaltou. Em maio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamou os membros do grupo de heróis pela tomada da cidade ucraniana de Bakhmut, na região de Donetsk. No entanto, o grupo caiu em desgraça depois de uma rebelião armada fracassada contra setores do Kremlin em junho, que terminou com um acordo para transferir sua base para Belarus. Semanas antes de morrer, Prigozhin reconheceu que o Grupo Wagner não lutaria mais na Ucrânia e anunciou a retomada de suas atividades no continente africano. Após retornar da África, ele viajou para Moscou, e o avião particular em que estava caiu no último dia 23 a 300 quilômetros da capital. A causa da queda ainda não é conhecida, embora simpatizantes de Prigozhin, a oposição no exílio e a imprensa ocidental acusem Putin de ter dado a ordem para matá-lo, algo que o Kremlin nega categoricamente.
*Com informações da EFE.
Jovem Pan