A Copa do Mundo feminina 2023 termina neste domingo, 20, com uma final inédita. Espanha e Inglaterra se enfrentam no Accor Stadium, em Sydney, na Austrália, às 7h (horário de Brasília), em uma edição que entrou para a história. Segundo a Fifa, o torneio realizado na Oceania bateu recorde de público total nos estádios e de audiência televisiva em diversos países. Não dá para negar que o interesse pelo futebol feminino cresceu muito nos últimos anos e, junto com ele, a qualidade técnica. As seleções finalistas, por exemplo, não são potências da modalidade, mas fizeram um trabalho forte de desenvolvimento do esporte. Em sua terceira Copa, a Espanha faz campanha histórica ao chegar à final – superando seu melhor resultado, quando chegou às oitavas em 2019. A Federação tem investido nas categorias de base e a La Furia foi campeã mundial sub-17 em 2018 e sub-20 em 2022. Na principal, o sucesso se deve, principalmente, ao Barcelona. Nas últimas cinco temporadas, o clube esteve presente em todas as semifinais da Liga dos Campeões feminina sendo campeão em 2021, vice em 2022 e novamente campeão este ano. Das 23 convocadas, dez são do Barça e somente três atuam fora do país.
Modelo parecido vive a Inglaterra. De todo o elenco das Lionesses, somente cinco jogam fora do país e os clubes com mais convocadas foram Manchester City (8) e Chelsea (4). O fortalecimento da Women’s Super League ajudou no desenvolvimento da modalidade no país, mas foi a chegada da holandesa Sarina Wiegman que elevou o nível de sucesso da seleção. Sarina foi campeã da Euro 2017 e chegou à final da Copa de 2019 com a Holanda. Em 2020, foi anunciada como nova treinadora das Lionesses e reformulou o sistema de jogo das inglesas, sendo campeã da Eurocopa em 2022, título inédito para o futebol inglês. Para essa Copa, perdeu peças importantes em todos os setores, mas soube administrar o elenco e promover mudanças que mantiveram a Inglaterra forte na briga pelo título. Ao derrotar a Austrália na semifinal, se tornou a única pessoa (entre homens e mulheres) a chegar em duas finais de Copa do Mundo por dois países diferentes e é atualmente a melhor treinadora do mundo.
Título consolidará campanhas distintas
Apesar da origem ser parecida para ambas as equipes, o desempenho durante o Mundial foi distinto. A Espanha teve uma trajetória mais sólida. Foi a segunda colocada no Grupo C vencendo a Costa Rica por 3 a 0 e a Zâmbia por 5 a 0. No terceiro jogo, foi goleada por 4 a 0 pelo Japão, que fez campanha surpreendente na fase de grupos. Recuperadas do baque, nas oitavas de final as inglesas atropelaram a Suíça por 4 a 1 com total domínio das ações. Nas quartas de final, também foram superiores à Holanda e venceram por 2 a 1. Na semifinal, enfrentaram a Suécia e, novamente pelo placar de 2 a 1, avançaram para a final inédita. A jovem Salma Paralluelo, de 19 anos, e a meio-campista Aitana Bonmatí são os grandes nomes desse elenco espanhol.
A Inglaterra era favorita para o título antes mesmo do primeiro jogo, mas não mostrou tanta força durante a competição. Liderou o Grupo D, mas deixou a desejar nas apresentações. Na estreia, sofreu para vencer o Haiti por 1 a 0, fez o mesmo placar na Dinamarca e goleou a China por 6 a 1 na última rodada da fase de grupos. Nas oitavas de final, fez um jogo duríssimo contra a Nigéria e avançou nos pênaltis. Nas quartas de final, também oscilou contra a Colômbia, mas venceu por 2 a 1. Sua melhor apresentação foi contra a Austráli,a na vitória por 3 a 1 na semifinal. Lauren James e Lauren Hemp são os destaques. Com pontos fortes de ambos os lados, é difícil prever quem sai vitorioso desse duelo. O que dá para cravar é que o futebol feminino é o campeão.
Fonte: Jovem Pan