A morte violenta de uma menina de 11 anos nos arredores da capital Buenos Aires, nesta quarta-feira, 9, paralisou a campanha eleitoral na Argentina, que realizará eleições primárias no próximo domingo, 13. Morena Domínguez, que estava a caminho da escola, foi abordada por duas pessoas em uma moto que queriam roubar sua mochila. A menina foi arrastada pelo chão e recebeu um forte golpe no fígado, como demonstrou a autópsia, o que provocou uma hemorragia interna e a sua morte no hospital Evita em Lanús, cidade da província de Buenos Aires. Sete pessoas foram detidas até o momento e, embora inicialmente um menor de 14 anos tenha confessado que participou no ataque, ele alterou a sua declaração logo depois. Após terem tomado conhecimento do atentado, os principais candidatos à presidência argentina, que concorrem para oficializar a sua candidatura no próximo fim de semana, anunciaram a suspensão de várias atividades de campanha previstas para quarta e quinta-feira.
A ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, que suspendeu o ato que preparava para quinta-feira,10, em Lanús, escreveu uma mensagem na sua conta do Twitter, na qual manifestou o seu “acompanhamento e apoio à família e amigos”. “Não podemos continuar vivendo com tanta angústia e medo. Não dá mais. Transformaram a Argentina em um país inabitável”, escreveu a candidata da aliança Juntos pela Mudança (centro-direita), que tem um discurso duro e repressivo na luta contra a criminalidade. O candidato libertário Javier Milei se expressou em termos similares, escrevendo nas redes sociais que a “classe política” que há décadas coloca “as vítimas no lugar dos autores e os criminosos no lugar das vítimas” era a responsável pelo acontecimento. “Queremos acabar com esse modelo que defende os criminosos e voltar ao único modelo que funciona: a repressão ao crime sem hesitação. Enquanto os assassinos, estupradores e delinquentes não souberem que cometer um crime tem consequências diretas para toda a sua vida, continuaremos vivendo sob o flagelo da insegurança”, acrescentou.
O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que concorre com Bullrich pela oposição, publicou em tom mais moderado. “Não há palavras para tanta dor. As minhas condolências à família e aos entes queridos de Morena. Precisamos de justiça. Vou acompanhá-los cobrar”, manifestou. O último a suspender o encerramento da sua campanha foi o pré-candidato do partido governista e ministro da Economia, Sergio Massa, que realizaria um evento em La Plata, capital da província de Buenos Aires. “Perante o doloroso crime de Morena ocorrido nesta manhã em Lanús, a União pela Pátria decidiu suspender a cerimônia de encerramento da campanha prevista para amanhã no Teatro Argentino de La Plata. Acompanhamos a família e pedimos justiça”, publicou na conta oficial da coalizão governamental no twitter. A Argentina realiza eleições PASO (primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias) no domingo, 11, que determinarão os candidatos que concorrerão nas eleições gerais de 22 de outubro.
Fonte: Jovem Pan