Cerca de 250 tartarugas marinhas encalharam no Litoral de AL entre janeiro e julho de 2023

Em Alagoas, 247 tartarugas marinhas foram encontradas encalhadas no Litoral no período de janeiro até julho de 2023. A informação foi confirmada ao TNH1pelo Instituto Biota de Conservação, nesta terça-feira (08). Os dados ainda mostram que até o final do último mês, 238 tartarugas foram encontradas mortas e outras 9 foram resgatadas com vida em praias alagoanas.

De acordo com o instituto, a maioria dos encalhes tem sido registrados no município de Maceió — o que pode estar associado ao fato das praias da capital alagoana serem mais urbanizadas. O Biota também explica que as ações humanas no meio ambiente, potencializada pelo processo de urbanização, oferece mais risco para esse tipo de animal marinho e pode aumentar o registro de tartarugas encontradas por banhistas, moradores ou pescadores em regiões costeiras.

Apesar do alto índice de tartarugas encalhadas em Alagoas, nos primeiros sete meses de 2023, se comparado com o mesmo período em anos anteriores, os números representam uma leve baixa no quantitativo contabilizado. Segundo o Biota, nos primeiros semestres de 2021 e 2022 houve o registro de 301 e 478 tartarugas encalhadas, respectivamente.

Os índices ainda chamam atenção para o quantitativo de tartarugas marinhas encontradas no Litoral de Alagoas nos anos de 2018, 2019 e 2020. Os dados mostram que em cada ano foram registradas 1.813, 1.242 e 947 tartarugas encalhadas, respectivamente.

Tartaruga-verde foi encontrada morta em praia de Cruz das Almas, em Maceió, em julho deste ano. Foto: Divulgação/Biota

Espécie mais frequente encontrada em Alagoas

As estatísticas passadas pelo Biota também mostram que, desde 2009, a espécie mais encontrada encalhada no Litoral de Alagoas é a tartaruga-verde (Chelonia myda) — cerca de 4.451 animais. Essa é a única espécie que se reproduz nas ilhas oceânicas do Brasil, principalmente na região Nordeste. Atualmente, a tartaruga-verde, que pode chegar a 115 centímetros e pesar mais de 200 quilos, encontra-se em risco de extinção.

Além da tartaruga-verde, as espécies tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) (1.274 animais), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) (199 animais), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) (113 animais) e tartaruga-de-couro (Dermocehlys coriacea) (1 animal) já foram encontradas encalhadas em praias de Alagoas.

Tartaruga morta na Barra de São Miguel

No último domingo, o vendedor ambulante identificado como Erivaldo encontrou uma tartaruga sem vida na faixa de areia da praia da Barra de São Miguel, Litoral Sul do Estado. Ele contou ao TNH1 que foi a primeira vez que viu um animal morto no local.

"Eu estava passando pela areia quando vi o casco da tartaruga, me aproximei e a vi morta. O pessoal ficou de chamar as equipes responsáveis para retirá-la. Não sei se ela ficou ferida", destacou o trabalhador. Vale ressaltar que a morte desta tartaruga não entrou nos dados fornecidos pelo Biota, pois aconteceu já no mês de agosto.

O que a população deve fazer ao encontrar um animal encalhado na praia?

Luciana Medeiros, médica veterinária do Biota, orientou que, em caso de a população se deparar com algum animal marinho encalhado, morto ou vivo, pode entrar em contato com o instituto através dos números de telefone: (82) 99115-2944 / 99115-5516 / 98815-0444.

"Todos esses números possuem whatsapp. Então nos enviem foto e localização e estaremos passando as orientações a depender de cada caso. Mas a princípio, se recomenda não tocar nos animais, mesmo que vivos, pois por estarem encalhados, provavelmente estão debilitados e podem estar portando alguma doença que seja de risco de transmição ao ser humano", reforçou Medeiros.

"Caso haja a necessidade de alguma intervenção por parte da população, estaremos orientando por telefone como eles podem proceder, a depender do caso", acrescentou.