O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União-BA), determinou que seja investigado o vazamento de informações bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo é esclarecer se o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) enviado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) extrapolou o requerimento aprovado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), bem como determinar quem foi o responsável pela divulgação indevida dos dados à imprensa. “Não é possível afirmar categoricamente que o RIF mencionado foi atípico. Inicialmente, solicitarei à assessoria da CPMI que proceda a esta apuração. Caso seja identificada a necessidade de apuração mais técnica, encaminharemos o assunto à Polícia Federal. Tudo será apurado”, disse Maia na sessão desta terça-feira, 1, que marca a volta do colegiado após o recesso parlamentar.
A investigação solicitada por Arthur Maia atende a uma questão de ordem apresentada pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES). Eles alegam que o requerimento aprovado pela CPMI para ter acesso à movimentação financeira de Mauro Cid se referia ao período entre outubro de 2022 e maio de 2023. No entanto, segundo os senadores, o relatório encaminhado pelo Coaf incluiu dados do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro relativas até julho deste ano. O deputado Rogério Correia (PT-MG) argumentou que a movimentação financeira de Bolsonaro foi incluída no RIF porque o ex-presidente figura como procurador legal de Mauro Cid na gestão da conta bancária. “Ao fazer a remessa, o Coaf também faz de quem é procurador dos agentes principais da conta. O Coaf é obrigado a fazer isso, por mais que os bolsonaristas não gostem”, afirmou.
Fonte: Jovem Pan