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Futebol

Marta relembra infância em Alagoas, homenageia a mãe e desabafa: 'Esta Copa não é sobre mim'

Thais Magalhães/CBF
Thais Magalhães/CBF

Antes de embarcar para a Austrália para disputar sua sexta e última Copa do Mundo, Marta escreveu uma espécie de "carta de despedida" para o site ""The Players´ Tribune". No começo do texto, escrito em primeira pessoa, a jogadora da seleção brasileira lembra sua infância em Alagoas para falar do apoio incondicional que recebeu da mãe, Tereza, apesar das "besteiras que falavam".

"Tudo o que eu faço, tudo o que realizo, qualquer conquista que alcanço na vida, tudo remete à minha mãe. Lá no sertão de Alagoas, onde eu cresci, todas as manhãs eu acordava cedo e radiante para jogar futebol. Era tudo o que eu queria fazer. Eu me trocava bem ligeira e já saía logo pra rua, que foi onde eu comecei a jogar. De repente, olhava em volta e... via um mar de meninos. Todo dia. Nada de meninas. Nem umazinha sequer. Apenas meninos", escreve Marta, reforçando o apoio de Dona Tereza em suas escolhas:

"Minha mãe me permitiu fazer o que eu amava. Não importa o que os outros dissessem. Ela é o motivo de eu ser quem eu sou. E ao entrar em campo em mais uma Copa do Mundo, eu estarei pensando nela".

Marta, que tinha como ídolo Rivaldo, canhoto como ela, fala também do orgulho que sente porque hoje é possível, segundo suas palavras, que as meninas tenham suas próprias heroínas: "Sinto um orgulho imenso ao imaginar que talvez existam meninas por aí me assistindo e que eu possa inspirá-las a alcançar seus sonhos. Isso significa muito para mim. Vale mais do que qualquer título, medalha ou troféu que ganhei".

Perto de se aposentar dos campos, Marta, aos 37 anos, cita ainda um sonho recorrente para falar do futuro. Ou uma "visão", segundo ela.

"Sou eu bem velhinha chegando num parque enorme com vários campos de futebol. Meninas e meninos estão jogando bola por todos os cantos que você olha. E eu estou com uma daquelas cadeiras de praia baratas, uma bebida na mão — talvez seja um café, mas, dependendo do dia, quem sabe… talvez seja outra coisa. Encontro um bom lugar na beira do campo, abro minha cadeira e me jogo que nem os americanos costumam fazer. Tomo um gole da minha bebida e então... só aprecio aquelas crianças jogando o jogo que elas adoram. O jogo que todos nós amamos".

No encerramento de sua "carta de despedida", Marta pede licença para ser honesta e desabafa: "Falando em futuro... Posso ser sincera de novo? Estou tão cansada de falar sobre isso! Não quero mais que me perguntem sobre a Marta. Esta Copa não é sobre mim. Não é só a Marta. Nunca foi só a Marta. E nunca será só a Marta. É sobre todas nós. É sobre o BRASIL. Assim como deve ser".

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