A Justiça do Mato Grosso extinguiu um processo contra uma adolescente acusada de matar a amiga Isabele Guimarães Ramos com um tiro no rosto, em 2020. O caso ocorreu dentro de um condomínio de luxo, em Cuiabá, capital mato-grossense. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) à Jovem Pan. Segundo o TJMT, o motivo da extinção do processo foi o cumprimento integral da medida de liberdade assistida imposta. A adolescente foi indiciada por ato infracional análogo a homicídio qualificado, imprudência e imperícia. No ano passado, a adolescente saiu instituição penal para menores em que estava internada após determinação da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Por envolver duas menores de idade, o TJMT não forneceu detalhes do processo. A reportagem não localizou os advogados que representam as duas partes. O espaço segue aberto. Questionado se irá recorrer da decisão, o Ministério Público do Mato Grosso (MPMT) não havia se manifestado até o fechamento da nota.
A morte de Isabele ocorreu em julho de 2020, na casa da autora do tiro em um condomínio de luxo. A arma pertencia ao pai do namorado da moça que atirou. As duas tinham a mesma idade e eram amigas. O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) que a arma que disparou o tiro estava apontada para o rosto de Isabele, a uma distância entre 20 e 30cm. A defesa da jovem presa alegou, na ocasião, que o disparo foi acidental, o que a polícia não considerava como verdade, com a tese de que ela ao menos assumiu o risco de matar. A moça foi punida por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e qualificado, e foi detida em janeiro de 2021. Os pais da adolescente que matou Isabele se tornaram réus no dia 17 de novembro por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), posse ilegal de arma de fogo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores; o processo ainda está tramitando e não foi pedida a detenção deles. O dono da arma e o filho também terão que responder a processo criminal.
Fonte: Jovem Pan