Um ataque em uma ponte na Crimeia deixou ao menos dois mortos nesta segunda-feira, 17, e interrompeu o tráfego para a Rússia. A Crimeia é um destino popular para russos que buscam destinos litorâneos sem gastar muito. O Kremlin acusa a Ucrânia pela ação na península anexada. “O ataque de hoje contra a ponte da Crimeia foi executado pelo regime de Kiev”, afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova. “Dois civis morreram,: um homem e uma mulher, que estavam em um automóvel na ponte. A filha do casal ficou ferida”, afirmou o Comitê de Investigação da Rússia. Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou que as forças do país estão por trás do ataque executado com “drones navais”. “O ataque na ponte da Crimeia é uma operação especial do SBU e da Marinha”, disse a fonte, especificando que “a ponte foi atacada com drones navais”. “Era difícil chegar à ponte, mas finalmente foi possível”, acrescentou a fonte. A ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana que Moscou anexou em 2014, é crucial para o transporte de suprimentos para os soldados russos na Ucrânia. Em outubro de 2022 ela já tinha sido atingida por um caminhão-bomba, um atentado que Moscou atribuiu à Ucrânia. Kiev negou estar por trás do ataque. “Qualquer estrutura ilegal utilizada para entregar instrumentos russos de assassinato em massa é necessariamente efêmera”, comentou no Twitter o conselheiro da presidência ucraniana, Mijhailo Podolyak, em uma aparente referência ao ataque contra a ponte.
O SBU reivindicou implicitamente a responsabilidade pelo atentado à bomba que destruiu parcialmente nesta manhã a ponte Kerch. O comunicado, citado pela agência de notícias pública ucraniana "Ukrinform", foi divulgado pouco depois de fontes desse serviço de inteligência ucraniano terem dito à imprensa local que o ataque à ponte de Kerch foi realizado com drones marinhos pelo próprio SBU e pela Marinha ucraniana. “Diante de inúmeras solicitações da imprensa sobre este novo incidente na ponte da Crimeia, informamos que todos os detalhes sobre a organização da explosão serão divulgados pelo Serviço de Segurança da Ucrânia após nossa vitória”, disse o comunicado oficial do SBU. A nota acrescentou que, “enquanto” chega a vitória, “assistimos com interesse” como um novo ataque com explosivos causa danos “a um dos símbolos do regime de Putin”. Em uma mensagem publicada nesta segunda-feira nas suas redes sociais, o serviço de inteligência ucraniano publicou uma imagem do estado em que então se encontrava a ponte, acompanhada de uma mensagem jocosa sobre os estragos que esta nova explosão voltou a provocar na infraestrutura.
No campo de batalha, a contraofensiva ucraniana iniciada em junho prossegue. A vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, anunciou que as tropas ucranianas recuperaram 18 quilômetros quadrados no leste, perto da cidade de Bakhmut, sob controle russo desde maio. A localidade, que tinha 70.000 habitantes antes da guerra, foi completamente destruída durante a batalha mais longa e violenta desde o início da ofensiva, em fevereiro de 2022. Nas proximidades de Kupiansk, na região de Kharkiv (nordeste), as forças russas avançam de maneira ativamente desde o fim da semana passada”, disse Maliar. Kiev admitiu que a contraofensiva avança de maneira lenta e insiste que os Estados Unidos e outros países aliados forneçam mais armas de longo alcance. “As pessoas deveriam entender o preço que pagamos por avançar”, disse um comandante no front. “Há muitos inimigos. Precisamos de tempo para reduzi-los”, acrescentou.
*Com AFP e EFE
Jovem Pan