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Câmara dos Deputados

Troca no Turismo abre brecha para reforma ministerial ampla; Lula resiste a pressão do Centrão

Após semanas de discussão, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfim, oficializou a troca no Ministério do Turismo: a deputada Daniela Carneiro deu lugar ao deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

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Após semanas de discussão, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfim, oficializou a troca no Ministério do Turismo: a deputada Daniela Carneiro deu lugar ao deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA). Como a Jovem Pan mostrou, a nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira, 14. A mudança tem o objetivo de pacificar a relação do Palácio do Planalto com o partido, que controla três pastas e, ainda assim, se diz independente. Aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), Sabino tem o respaldo da bancada na Casa, o que, em tese, ajuda o Executivo a conquistar mais votos dos parlamentares da legenda. Ainda que o União abrigue nomes contrários à gestão petista, como o deputado Kim Kataguiri (SP) e o senador Sergio Moro (PR), os articuladores de Lula veem o cenário como controlado. Por outro lado, a dança das cadeiras no Turismo abre brecha para que outros partidos cobrem espaço na Esplanada dos Ministérios e nos segundo e terceiro escalões do governo. O Centrão reivindica pastas como o Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, a Saúde e os Esportes, além do comando dos Correios e da Caixa Econômica Federal, por exemplo. O presidente da República já deixou claro que não cederá à pressão, blindou ministros “indemissíveis” e já sinalizou, nos bastidores, que fará uma contraproposta ao Progressistas (PP) e ao Republicanos, que estão de olho nas pastas.

As negociações com o Centrão se intensificaram após a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, quando as legendas foram fundamentais para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que exige o apoio de, no mínimo, 308 deputados. Em agosto, o arcabouço fiscal será votado na Câmara, e os partidos começam a precificar o “sim”. De acordo com informações obtidas site da Jovem Pan, além da ambição pelo Ministério da Saúde, que controla um orçamento bilionário, há outras duas pastas na mira: Esportes, atualmente sob o comando de Ana Moser, e Desenvolvimento Social, chefiada pelo senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), aliado histórico de Lula. O Republicanos quer emplacar o deputado Silvio Costa Filho, um dos quadros lulistas da legenda ligada à Igreja Universal, no Ministério dos Esportes. Já o Progressistas, de Arthur Lira e Ciro Nogueira, mira o Desenvolvimento Social, pasta responsável, por exemplo, pelo Bolsa Família, uma das principais bandeiras dos governos petistas. O nome mais cotado internamente é o do atual líder do partido na Câmara, André Fufuca, parlamentar próximo a Lira.

Por sua vez, Lula e a cúpula do governo têm tentado blindar as pastas do Centrão. Em entrevista concedida à TV Record, o presidente afirmou que não abrirá mão de algumas pastas. “Esse ministério (Desenvolvimento Social) é ministério meu, não sai do PT; Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério, é o governo que oferece ministério”, declarou o presidente. Ainda durante a entrevista, Lula disse que conversará com os líderes da sigla para possíveis trocas na pasta. “A hora que voltar o Congresso, vou conversar e toda a imprensa vai ficar sabendo do que foi ofertado”, acrescentou. Em evento dos Mais Médicos, nesta sexta-feira, Lula voltou a defender o trabalho da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e teceu elogios à cientista. "Tem pessoas que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República. Eu já disse publicamente que a Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra”, afirmou. Na última semana, como a Jovem Pan mostrou, a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também fez um aceno a Wellington Dias.

"Estou aqui no MDS [Ministério de Desenvolvimento Social] e esse é o coração do governo. O presidente Lula fala que a população mais pobre do Brasil é a prioridade desse governo. Então, o Ministério do Desenvolvimento Social é que atende, as políticas públicas feitas para essa população são pensadas aqui. Acabamos de fazer uma reunião muito importante, aprendi muito aqui, tirei muitas dúvidas e quero contar para vocês que temos muitos projetos muito legais vindo aí pela frente, o 'Brasil Sem Fome' está chegando e estamos muito felizes. O trabalho aqui está acontecendo e a realidade do Brasil está mudando a cada dia. Todos juntos pela união e reconstrução do Brasil", disse Janja. Com o Congresso em recesso, a reforma ministerial deve ficar para o início de agosto.

Fonte: Jovem Pan

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