O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global ficará em cerca de 3% nos próximos cinco anos, afirmou a diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, em discurso durante evento nesta terça-feira, 11. Segundo Georgieva, os números representam a mais fraca projeção média de médio prazo para a atividade econômica mundial em várias décadas. A dirigente explicou que a guerra na Ucrânia “jogou água fria” na recuperação da crise provocada pela pandemia de Covid-19. “O impacto combinado desses choques exógenos se traduzem em crescimento mais lento e inflação alta”, disse. Georgieva acrescentou que as taxas de inflação no mundo estão “finalmente indo na direção correta”, mas não em ritmo suficiente para que os bancos centrais relaxem a postura. “Vimos um impressionante aumento de juros sincronizado que ajudou a lidar com essa carga de inflação”, comentou. A diretora-gerente defendeu que os BCs devem continuar a sinalizar o compromisso com a estabilidade de preços. “Essa postura restritiva traz por si só um problema em revitalizar o crescimento”, destacou.
Kristalina Georgieva também afirmou que economias emergentes e em desenvolvimento enfrentam o potencial de maior aperto nas condições financeiras, que pode ter impacto no fluxo de capitais. Ela disse que a combinação de crescimento global mais lento, inflação elevada e dólar forte dificultam a redução da dívida soberana, particularmente para os países de baixa renda. A dirigente ainda ressaltou que intervenções no câmbio e medidas de capitais podem ajudar a estabilizar os fluxos, aliadas a instrumentos macroprudenciais. No entanto, para ela, esse tipo de ação não deve substituir políticas macroeconômicas sólidas. “A lição mais importante que aprendemos da pandemia é que países com fundamentos fortes – assim como pessoas com forte sistema imune combatem a Covid-19 – sobrevivem ao impacto das crises de melhor maneira”, disse. A diretora-gerente acrescentou que o redirecionamento de investimentos, como resultado da fragmentação geopolítica, pode custar perto de 2% do PIB global.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan