Novos protestos foram realizados nesta terça-feira, 11, em Israel, após a votação no Parlamento de uma medida crucial do projeto de lei estimulado pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Quarenta e dois manifestantes foram detidos em todo o país por “perturbação da ordem pública”, informou a polícia. Os protestos aconteceram depois que o Parlamento israelense aprovou em primeiro turno, durante a madrugada, uma medida para anular a possibilidade de o Poder Judiciário se pronunciar sobre a “razoabilidade” das decisões do governo. O texto foi adotado em primeira leitura com 64 votos a favor, todos dos deputados da coalizão governante. Os 56 legisladores da oposição votaram contra. A medida tem como objetivo anular a possibilidade de a Justiça se pronunciar sobre a “razoabilidade” das decisões do governo.
Os organizadores da mobilização, que reúne a cada semana dezenas de milhares de pessoas há vários meses, anunciaram o bloqueio de pontos estratégicos de norte a sul do país. Em Tel Aviv, a polícia dispersou uma “manifestação ilegal” no aeroporto internacional Ben Gourion, onde centenas de pessoas pretendiam bloquear o acesso ao local. Em um comunicado, a polícia afirmou, no entanto, que “a liberdade de manifestação” está garantida com base no respeito da “ordem e da lei”. A reforma promovida pela coalizão de Netanyahu provocou algumas das maiores manifestações na história de Israel desde seu anúncio em janeiro, com dezenas de milhares de pessoas ocupando as ruas semanalmente para exigir a rejeição da reforma judicial.
O Executivo considera que a reforma é necessária para estabelecer um melhor equilíbrio dos Poderes. Os críticos afirmam, no entanto, que a nova legislação pode levar o país a um modelo autoritário. Netanyahu concordou em fazer uma pausa na aprovação do projeto em março, devido aos protestos e à rejeição internacional, incluindo críticas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A comissão parlamentar responsável pela análise dos projetos de lei deve retomar os debates nesta terça-feira e encaminhar o texto para a votação definitiva no Parlamento, em uma data ainda não divulgada. Uma pesquisa publicada no domingo pela televisão pública israelense Kan revelou que 31% da população apoia a reforma, enquanto 43% a rejeita.
Fonte: Jovem Pan