A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou nesta terça-feira, 11, em votação simbólica, 90 requerimentos para o acesso a documentos, relatórios de inteligência financeira e quebras de sigilos de supostos envolvidos e investigados pelos atos de 8 de Janeiro em Brasília, quando as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal – foram invadidas e depredadas. Entre as solicitações aprovadas está a retirada de sigilos de militares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o sigilo telemático do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do político, que presta depoimento no colegiado nesta terça – mas usou o direito de ficar em silêncio. Ou seja, dados relacionados ao histórico de ligações, horários, números chamados e recebidos, bem como conversas em aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, mesmo após serem deletados dos aparelhos, o que pode expor novas informações a respeito de conversas envolvendo uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A extensa lista de requerimentos também dá acesso ao sigilo bancário do empresário George Washington de Oliveira Souza, que montou um artefato explosivo em um caminhão de combustível perto do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na capital federal, e a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, investigado por usar o cargo para permitir bloqueios em rodovias durante manifestações contra o resultado das eleições de outubro do ano passado e que já prestou depoimento na CPMI do 8 de Janeiro. Também foi aprovada a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Naime, e dos sigilos telefônico e telemático de Jean Lawand Júnior. Ambos também já prestaram depoimento ao colegiado. A leva de documentos inclui pedidos de transferência de informações do Relatório de Inteligência Financeira (RIF) de 20 pessoas ou empresas. Como o site da Jovem Pan antecipou, outros 100 requerimentos de convocação ainda permanecem pendentes de deliberação.
Fonte: Jovem Pan