Após a “supersemana” de votações na Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na noite desta sexta-feira, 7, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e diversas lideranças da Casa, no Palácio do Alvorada. A agenda ocorre em meio às discussões para uma reforma ministerial no início do segundo semestre. As articulações em torno de mudanças no primeiro escalão do governo petista vinham ocorrendo há alguns dias e ganharam força com a aprovação da reforma tributária e do projeto de lei que retomou o chamado voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), em uma vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Lula compartilhou uma foto ao lado dos parlamentares em suas redes sociais. “Me encontrei com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e representantes dos deputados no final desta tarde de sexta, para agradecer pelas importantes votações da semana. Projetos importantes não para mim ou para o governo, mas para o Brasil”, escreveu o chefe do Executivo federal.
Na foto, aparecem o relator da reforma tributária na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), parlamentares de siglas da base do governo, como Tabata Amaral (PSB-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Tulio Gadelha (Rede-PE) e Antonio Brito (PSD-BA), mas também caciques de partidos do Centrão, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA), André Fufuca (PP-MA) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Fufuca, inclusive, é citado por aliados do PP como nome forte para eventualmente assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente sob o comando do senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), aliado histórico de Lula. O Republicanos, sigla de Hugo Motta, cobiça o Ministério dos Esportes, chefiado por Ana Moser. O União Brasil, por sua vez, já comanda três pastas – Comunicações, Turismo e Integração Nacional – e está na expectativa pela troca da deputada federal Daniela Carneiro (RJ) pelo deputado Celso Sabino (PA), aliado de Lira e respaldado pela bancada.
A entrada formal de partidos do Centrão no governo ocorreria depois de um primeiro semestre de solavancos do governo Lula 3 no Congresso Nacional. Apesar das aprovações do arcabouço fiscal, que substituiu o teto de gastos, e da reforma tributária na Câmara, o Palácio do Planalto sofreu duras derrotas em pautas de interesse do Executivo, como a derrubada dos decretos de Lula que alteravam as regras do marco do saneamento, a aprovação do Marco Temporal para demarcação de terras indígenas na Câmara e a desidratação de pastas importantes da gestão, notadamente os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Originários, na esteira da análise da medida provisória (MP) dos Ministérios.
Fonte: Jovem Pan