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Política

Consequências políticas da inelegibilidade de Bolsonaro podem impactar AL? Cientistas políticos avaliam

Jair Bolsonaro / Foto: Poder 360
Jair Bolsonaro / Foto: Poder 360

Após a declaração da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana, as consequências políticas podem afetar Alagoas e ter impacto, embora mais restrito, nas eleições municipais de 2024.

Segundo a cientista política Luciana Santana, a decisão pode enfraquecer o bolsonarismo e o movimento de extrema-direita que se ampliou em Maceió e em todo o Brasil. No entanto, ela considera improvável que ocorra uma mudança no perfil político dos eleitores de Maceió.

"Acho difícil que a inelegibilidade reduza o perfil do eleitorado em Maceió, que já era conservador e de direita antes mesmo de Bolsonaro. Acredito que isso não será revertido, pois, por exemplo, Lula nunca venceu em Maceió. Isso indica que além do bolsonarismo, há um perfil dos maceioenses que não será alterado apenas pela inelegibilidade", comentou Luciana.

Ela aponta que as consequências imediatas da decisão estão relacionadas às ambições futuras de Bolsonaro, mas a médio e longo prazo, os impactos tendem a ser mais efetivos, especialmente nas eleições municipais do próximo ano.

Luciana afirma que o peso do ex-presidente como cabo eleitoral diminui com a condenação, mesmo que haja a possibilidade de recurso. Ela diz: "Acredito que, de forma imediata, a maior consequência é a própria decisão, e no médio e longo prazo teremos mais clareza sobre esses impactos, pois eles afetam a capacidade de Bolsonaro como cabo eleitoral e a transferência de seu capital político para outros candidatos".

'Cabo eleitoral de peso negativo'

Por outro lado, o cientista político Ranulfo Paranhos levanta algumas possibilidades para a atuação de Bolsonaro nas eleições nos próximos anos. Segundo ele, uma das possibilidades é que Bolsonaro esteja disponível para compor palanques e atuar como cabo eleitoral, realizando carreatas e passeatas. A outra possibilidade seria a imagem de Bolsonaro se desgastar à medida que novos processos forem surgindo, tornando-o um cabo eleitoral de peso negativo.

"Esse é o primeiro processo que torna ele inelegível, mas ele tem muito mais. À medida que esses processos forem aparecendo, a imagem dele pode ir se desgastando. Diante do resultado, você não viu nas ruas manifestações organizadas protestando. É diferente de quando houve impeachment da Dilma, a decretação da prisão do Lula, independente de ter justiça ou parcialidade", diz.

Eleições de 2024

Para Luciana Santana, os pleitos municipais, em todo o país, não são influenciados com tanta intensidade pela figura do presidente da República. "O que vai contar mais é a força dos partidos, dos maiores partidos que a gente tem hoje na Câmara dos Deputados. Por ele ser do PL, de alguma maneira fica difícil separar o efeito dele ou do próprio partido, que é uma sigla que tem mais recursos, tem a maior bancada".

"É esperado, antes mesmo da inelegibilidade, que o partido faça muitas prefeituras em 2024. Agora a gente vai precisar entender como ele vai entrar na eleição, se vai querer ser um cabo eleitoral ativo ou vai ficar mais passivo, tendo em vista outros processos que estão acontecendo, sendo encaminhados", opinou a cientista política.

"Acredito que ele, elegível ou inelegível, influenciaria pouco as eleições municipais porque há dinâmicas próprias dos municípios. Varia muito de região para região e de estado para estado. A lógica partidária no âmbito municipal é muito diversa, então os problemas locais contam muito mais do que o peso de um político nacional, como é o caso do Bolsonaro", frisou.


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