O ex-chefe de governo regional da Catalunha Carles Puigdemont afirmou que esta terça-feira, 9, foi um dia triste para o parlamento europeu. Ele e dois ex-conselheiros perderam a imunidade parlamentar por decisão dos eurodeputados, o que os deixa mais perto da extradição para a Espanha, onde são acusados de sedição. Os três participaram da organização do referendo de 2017, que pedia a independência da Catalunha — algo considerado ilegal pela justiça espanhola.
Os processos contra Puigdemont e Antoni Comín foram suspensos depois que eles se tornaram membros do parlamento em 2019. Ambos estão em um autoexílio na Bélgica. Clara Ponsatí, que está na Escócia, ganhou a imunidade em 2020 — quando se tornou eurodeputada. Carles Puigdemont avaliou que ele e os colegas perderam a imunidade parlamentar, mas o parlamento europeu perdeu mais do que isso, assim como a democracia europeia. Para ele, este é um caso claro de perseguição política.
A chanceler da Espanha, Arancha González Laya, disse que a decisão é um sinal de “respeito pelo trabalho do sistema judiciário” do país ibérico. Segundo ela, um parlamentar europeu não pode usar sua imunidade para “se proteger de aparecer diante da justiça nacional”. Nove líderes do movimento pela independência da Catalunha, que permaneceram em território espanhol, foram condenados a até 13 anos de prisão por terem participado do movimento de 2017. Entre eles está o vice-presidente regional, Oriol Junqueras.
*Com informações da repórter Nicole Fusco