Um consórcio internacional de cientistas revelou que um ‘murmúrio cósmico‘ causado por ondas gravitacionais foi registrado recentemente. A informação foi divulgada pelo grupo na quarta-feira, 28. A principal suspeita dos cientistas é de que as ondas gravitacionais são o eco coletivo dos sons emitidos por buracos negros no momento em que dois deles se fundem e causam alguma distorção no espaço-tempo. Essa seria a primeira evidência desse tipo de distorção causada pelo choque de buracos negros supermassivos, com alguns podendo ter a massa equivalente a até 10 bilhões de vezes à do Sol. Segundo os astrônomos, as distorções acontecem o tempo todo no Universo inteiro. Em entrevista ao The New York Times, o físico Xavier Siemens, da Universidade de Oregon e que integra o consórcio responsável pela descoberta, comparou a situação a “um coral ou uma orquestra”, dizendo que “cada par de buracos negros está gerando uma nota diferente” e que recebemos a soma de todos os sinais simultaneamente. A expectativa é de que o chamado “murmúrio cósmico” pode ajudar os pesquisadores a entender o Universo e sua expansão ao longo dos 13,7 bilhões de anos.
As ondas foram registradas pela primeira vez em 2016 por um consórcio e a descoberta solidificou ainda mais a Teoria Geral da Relatividade de Einstein como um modelo do universo. À época, os criadores do consócrio venceram o prêmio Nobel de Física de 2017. A existência das ondas gravitacionais foi proposta por Albert Einstein em 1916, como um dos resultados da sua teoria. A diferença em relação aos sinais captados em 2016 está na frequência, já que, na época, foram registrados sinais com frequência de algumas centenas de herts criados por pares específicos de buracos negros. A descoberta mais recente envolve frequências abaixo do espectro audível emandando de diversos pontos do Cosmos. Chiara Mingarelli, da Universidade de Yale, que também integra o grupo, diz que em frequências mais baixas, a vibração é tão alta que pode estar vindo até de milhões “de sinais emitidos simultaneamente”.
*Com informações da Reutes e do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan