O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a defender a ditadura na Venezuela nesta quinta-feira, 29, durante entrevista à ‘Rádio Gaúcha’. Questionado sobre o porquê a ele e seu governo tem dificuldade de considerar que a Venezuela é uma ditadura, ele respondeu: “A Venezuela, ela tem mais eleições que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto da democracia porque ela me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez, e é por isso que gosto da democracia e a exerço em sua plenitude", afirmou Lula, acrescentando que seu partido é um exemplo de democracia. Com objetivo de se distanciar das críticas contra a Venezuela, o petista disse: “o que não está certo é a interferência de um país dentro de outro” e que o que parte do mundo fez, elegendo Juan Guaidó como presidente, sem que ele tivesse sido eleito, foi errado. “As pessoas têm de aprender a respeitas o resultado das eleições. Se a moda pega, não tem mais garantia da democracia e não tem mais garantia no mandato das pessoas”, declarou, acrescentando que “quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições e assuma o poder. Vamos lá fiscalizar. Se não tiver eleição honesta, a gente fala”, falou Lula.
No mês passado, quando recebeu Maduro em Brasília, o petista havia dito que a ditadura na Venezuela era uma questão de narrativa, comentário que repercutiu entre os países aliados que o criticaram duramente, inclusive durante o encontro que estava sendo realizado. O líder chileno de esquerda, Gabriel Boric e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, se posicionaram contra a fala de Lula. Na terça-feira, 27, o Tribunal Penal Internacional (TPI) autorizou que seu procurador retome as investigações sobre supostos crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela pelo governo de Maduro. O chefe de Estado do Brasil disse ter cobrado Maduro sobre o pagamento da dívida com o Brasil e informou que vai conversar com o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, sobre a perseguição de seu regime a Igreja católica. “Temos um problema na Nicarágua. Vou conversar com o presidente, porque tenho relação para conversar, tem que resolver os problemas com a igreja. Mas cada país toca o seu destino”, disse.
Fonte: Jovem Pan