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General russo suspeito de omitir rebelião contra Moscou é preso na Rússia

Sergey Surovikin, general russo que foi comandante da guerra na Ucrânia e é suspeito de omitir a rebelião contra Moscou, foi preso na Rússia.

Sergey Surovikin, general russo que foi comandante da guerra na Ucrânia e é suspeito de omitir a rebelião contra Moscou, foi preso na Rússia. O anúncio de sua detenção aconteceu após a imprensa dos Estados Unidos afirmar que ele tinha conhecimento sobre a rebelião realizada pelo Grupo Wagner durante o final de semana. A prisão de Surovikin foi relatada por canais militares russos no Telegram, como o Rybar, e posteriormente informada pelo jornal russo ‘The Moscow Times’. Aparentemente, segundo informações do jornal norte-americano ‘The new York Times’ a detenção do general é para interrogá-lo sobre o seu grau de envolvimento no motim liderado por Yevgeny Prigozhin, líder paramilitar. O Kremlin ainda não comentou o caso e Surovikin não é visto em público desde domingo, 25, data em que o chefe militar teria sido detido, segundo o Rybar. Surovikin, que comandou as tropas russas na Ucrânia, é um chefe militar respeitado e o elo entre o líder paramilitar, Yevgeny Prigozhin, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ele ajudou a reforçar as defesas de seu país nas linhas de batalha após a contraofensiva ucraniana do ano passado, porém, foi substituído em janeiro, mas manteve a influência na direção das operações de batalha e segue sendo popular entre as tropas, informou o jornal dos EUA.

As autoridades americanas também encontraram indícios de que outros generais russos podem ter apoiado a tentativa de Prigozhin de forçar uma mudança na liderança do Ministério da Defesa. A tese é de que o líder do Grupo Wagner não teria se rebelado se não acreditasse que outros em posições de poder o ajudariam. Blogueiros militares russos dizem que Surovikin e outros 30 generais eram membros honorários do Wagner desde 2017. A ligação dele com a rebelião do final de semana ainda não está confirmada, porém, se isso acontecer, terá sido mais um sinal das disputas internas dentro da cúpula militar russa desde o início da guerra da Ucrânia, o que poderia indicar outra ampla divisão entre os aliados de Prigozhin e os principais assessores de Putin: o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e o chefe do Estado Maior, Valery Gerasimov, acrescenta o jornal americano. Uma disputa interna, aumentaria ainda mais os comentários sobre o enfraquecimento do líder russo, no poder desde 1999 – esse motim foi a maior crise que ele já enfrentou até o momento. Nesta quarta-feira, 28, o chanceler alemão, Olaf Scholsz, disse que Putin está enfraquecido e que a rebelião vai trazer consequências a longo prazo para a Rússia. “Acredito que [Putin] está enfraquecido porque mostra que as estruturas autocráticas e as estruturas de poder estão rachadas e não está posicionado tão firmemente como diz em todas as partes”, acrescentou Scholz. “A Rússia é uma potência nuclear, é um país muito poderoso. Por isso, devemos sempre estar atentos a situações perigosas e esta foi uma situação perigosa”, afirmou o líder alemão. “Em qualquer caso, sem dúvida terá consequências para a Rússia no longo prazo”, argumentou.

putin em público

Presidente russo, Vladimir Putin, se reúne com residentes de Derbent durante sua viagem de trabalho à República Russa do Daguestão em 28 de junho de 2023 "GAVRIIL GRIGOROV / SPUTNIK / AFP

Mesmo em meio aos rumores sobre a perda de poder, o governo russo segue dizendo que ele mantém o apoio popular. Nesta quinta-feira, o Kremlin celebrou as imagens “incríveis” do presidente russo, Vladimir Putin, que encontrou multidões em uma viagem ao sul do país, algo que o governo apresentou como um sinal de “apoio” após a abortada rebelião do grupo Wagner. Putin raramente aparece em reuniões populares, por razões de segurança e sanitárias. Desde o início da pandemia da covid-19, as pessoas que se reuniram com o presidente em atos oficiais foram submetidas a uma rigorosa seleção, tendo de manter confinamento prévio e fazer testes. Na noite de quarta-feira, porém, a televisão russa transmitiu imagens do presidente se reunindo com dezenas de pessoas durante uma viagem a Derbent, uma cidade do Cáucaso russo. Putin aceitou posar para ser fotografado, apertou as mãos e até beijou uma garota na cabeça. “Houve uma demonstração incrível de apoio e de alegria por parte do povo de Derbent”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, com entusiasmo. “O presidente não podia se negar a ir ao encontro do povo”, acrescentou.

Fonte: Jovem Pan

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