A explosão da barragem na represa de Kakhovka, localizada na Ucrânia e sob controle da Rússia, gerou um alerta em relação a um risco de catástrofe nuclear, uma vez que a maior usina nuclear da Europa, Zaporizhia, está a 150 quilômetros de distância do local e precisa de água para resfriar o combustível em seus núcleos. Mesmo com os reatores desligados, como estão atualmente, essa medida ainda é necessária. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), não há perigo imediato e seus especialistas estão monitorando a situação. Porém, segundo informações do jornal ucraniano ‘The Kyiv Independet’, a segurança atual da usina se dá por causa de uma lagoa de resfriamento dedicada a ela, contudo, alerta que se alguma coisa acontecer, corre o risco de uma catástrofe nuclear maior do que a de Chernobyl. Conforme informações da Energoatom, empresa nuclear estatal, por enquanto tem água suficiente, e a lagoa pode suprir a necessidade da usina por ‘alguns meses’. Zaporizhia, a maior usina nuclear da Europa, está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde a invasão que lançaram em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, afirmou que "atualmente não há ameaças" para a segurança da instalação.
A represa de Kakhovka foi destruída na manhã desta terça-feira (noite de segunda em Brasília) e não há evidências sobre a autoria do ataque que corrompeu o local. Rússia e Ucrânia trocam acusações. A destruição deixou vários municípios inundados – cerca de 80 cidades podem ser atingidos – e está forçando a evacuação de milhares de pessoas no sul do país. Segundo a operadora ucraniana Ukrhydroenergo, a central de energia elétrica vinculada à represa de Kakhovka está totalmente destruída. "A central não pode ser restaurada, está completamente destruída. Ela também informou que entre dois a quatro dias, o reservatório deixará de existir e alertou que o pico de inundações deve acontecer nesta quarta-feira, 7, e dentro de quatro a cinco dias haverá a estabilização dos níveis de inundação nas áreas afetadas. “Até agora, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas", disse o ministro do Interior, Igor Klymenko, e mais de 17 mil civis tiveram de ser retirados das áreas inundadas, segundo o promotor Andrii Kostin. "Mais de 40 mil pessoas podem estar em áreas inundadas. Infelizmente, mais de 25 mil civis estão no território sob controle russo", disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter. Um funcionário de alto escalão instalado pelos russos na parte da região de Kherson (sul) sob seu controle anunciou a retirada de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas perto do rio Dnieper.
Fonte: Jovem Pan