Duas semanas após conversar pela primeira vez com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o líder chinês, Xi Jinping, cumpriu com o prometido e informou nesta sexa-feira, 12, que vai enviar um representante especial para o Leste Europeu para discutir uma solução política para a guerra que se encaminha para o segundo ano. “A partir de 15 de maio, o embaixador Li Hui, representante especial do governo chinês para a região Ásia-Europa, viajará para a Ucrânia, Polônia, França, Alemanha e Rússia para discutir com as partes uma solução política da crise ucraniana”, declarou Wang Wenbin, porta-voz do ministério das Relações Exteriores. Li Hui será o diplomata chinês de maior escalão a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. A viagem de Li demonstra “o compromisso da China com a promoção da paz”, destacou Wang. “A China está firmemente do lado da paz”, insistiu o porta-voz, acrescentando que Pequim deseja “evitar uma escalada da situação”. Li foi embaixador da China na Rússia de 2009 a 2019, e será o responsável por liderar a visita de uma delegação à Ucrânia e a outros países. Pouco antes de deixar o posto de embaixador em Moscou, o representante foi condecorado por Putin com a medalha da Ordem da Amizade. Dede fevereiro, quado a guerra na Ucrânia completou um ano, a China tem falado em discutir uma solução para o conflito. Xi Jinping nunca declarou oficialmente estar ao lado da Rússia neste conflito, mas também não condenou a invasão e fez algumas manobrar que levaram os países ocidentais a condená-lo a ser favorável a Rússia.
O plano chinês chegou a ser apontado por Vladimir Putin como uma base para solução do conflito. "Muitos dos pontos incluídos no plano de paz da China estão alinhados com as posições russas e podem servir como base para um acordo pacífico", declarou o russo durante o encontro com Xi Jinping m março. Na ocasião, o chinês havia informado que estava comprometido "com a paz e o diálogo" e "apoia ativamente a reconciliação e o restabelecimento das negociações" entre Rússia e Ucrânia, inexistentes desde a última tentativa na primavera de 2022 por parte do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. No seu plano de paz, a China defende, por um lado, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, a cessação das hostilidades e o reatamento das negociações de paz e, por outro, que sejam consideradas as preocupações de segurança da Rússia face ao avanço da Otan. Além disso, pede o levantamento das sanções adotadas pelo Ocidente contra a Rússia devido à chamada "operação militar especial". Sobre a iniciativa chinesa, Kiev alertou que, antes de implementá-la, a Rússia deve retirar suas tropas do território ucraniano, se referindo ao fato de o plano de Pequim não fazer alusão à anexação ilegal de quatro regiões ucranianas por Moscou.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan