O Republicanos, partido do deputado federal Marcos Pereira (SP), vice-presidente da Câmara dos Deputados, vai votar contra o projeto de lei 2630, conhecido como PL das Fake News. A bancada do partido tem 42 deputados. O relatório do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) será analisado pelo plenário da Casa na terça-feira, 2. Na terça-feira, 25, os parlamentares aprovaram o requerimento de urgência. Dos 36 membros do Republicanos que registraram voto, 28 foram a favor da tramitação acelerada. Em uma publicação em seu perfil no Instagram, Pereira explicou que a maioria dos deputados da sigla votou a favor da urgência em respeito a um acordo costurado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o colégio de líderes, mas sem firmar compromisso quanto ao mérito da proposta. Apesar das mudanças feitas pelo relator, o cacique do Republicanos diz que o texto “continua ruim”.
“O relator apresentou um novo texto. É verdade que ele fez vários ajustes, acatou muitas sugestões da bancada evangélica, de vários partidos, inclusive do Republicanos, mas o texto continua ruim. Portanto, a decisão é votar não ao projeto das Fake News. O Republicanos votará não. Não porque acredita que não tem que ter regulamentação. Tem que ter, sim, mas não essa que está sendo proposta no momento. Vamos continuar discutindo e buscando um melhor texto para outro projeto no futuro, porque não dá para ficar sendo vítima, como eu já fui, minha igreja já foi, como muitos já foram, de fake news na rede social”, diz Marcos Pereira.
Em entrevista ao site da Jovem Pan, o deputado federal Lafayette de Andrada (MG), também do Republicanos, criticou o relatório de Orlando Silva. “Acho que o novo texto ficou pior. Retirou explicitamente a [criação da] entidade [reguladora] do texto, mas remete a sua futura criação por decreto, o que na minha avaliação é ainda mais grave. Pois será um decreto futuro, que ninguém conhece, é que irá criar a entidade e delimitar os poderes dela. Um verdadeiro cheque em branco”, disse. “No conjunto o texto não está bom, tem contradições entre seus artigos, chegando até prever multa preventiva, o que me parece um disparate”, acrescentou. Depois de protocolar a nova versão do relatório, o deputado do PCdoB admitiu que o dispositivo “poderia interditar o debate e inviabilizar o avanço da proposta”.
Fonte: Jovem Pan