Após a coluna mostrar o sigilo imposto pela Presidência nas visitas a Lula no Palácio da Alvorada, o governo recuou. Agora, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirma que dará publicidade aos nomes dos visitantes.
Essa lista incluirá pessoas que compareçam a agendas oficiais e, também, agentes privados que estejam representando interesses junto à administração pública. À coluna o GSI disse buscar um meio de separar essas duas categorias de uma terceira, que abarcará visitas consideradas de caráter estritamente privado. Essa última, por alegado motivo de segurança e de proteção da intimidade, permanecerá sob sigilo.
O Palácio da Alvorada é a residência oficial do presidente.
"O GSI da Presidência da Repúblicaestá envidando esforços para alterar a forma de identificação dos registros de entrada nas residências oficiais e, assim, atender as solicitações demandadas", informou o órgão.
Dois motivos levaram à mudança de postura. Primeiro, a posição firme da Controladoria-Geral da União. Um enunciado publicado em fevereiro estipula publicidade para agendas oficiais e visitantes privados com interesses junto ao governo. Seja no Palácio da Alvorada ou no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República.
O GSI foi avisado. Se insistisse com o sigilo absoluto, a CGU o colocaria abaixo.
O segundo motivo foi o caráter político. A imposição do sigilo não repercutiu bem e chegou a ser criticada internamente por pessoas próximas do presidente. Durante a campanha, Lula atacou sigilos do governo Bolsonaro e prometeu transparência. A mudança, portanto, vai na linha do prometido quando candidato.
O sigilo nas visitas a Lula havia sido imposto pelo GSI em primeiro de janeiro deste ano. Questionado pela coluna, o órgão havia se limitado a responder:
"Os registros de acessos ao Palácio da Alvorada, a partir de 1º de janeiro de 2023, possuem classificação sigilosa no grau RESERVADO".