O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou nesta terça-feira, 14, que mais de 7 milhões de crianças foram afetadas pelo terremoto devastador que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro, expressando temores de que “milhares” tenham falecido. “Na Turquia, o número total de crianças que vivem nas dez províncias atingidas pelo terremoto é de 4,6 milhões. Na Síria, há 2,5 milhões de crianças afetadas”, disse James Elder, porta-voz do (Unicef), em uma entrevista coletiva em Genebra. “Tememos que milhares de crianças tenham falecido”, afirmou Elder. Até o momento, já foram contabilizadas mais de 35 mil mortes por causa do terremoto – 31.643 na Turquia e 3.688 na Síria. Este é o quinto abalo sísmico com mais vítimas fatais no século XXI. De acordo com o Unicef, dezenas de milhares de famílias que vivem ao relento desde o terremoto estão expostas ao frio. “Todos os dias somos informados sobre um número cada vez maior de crianças que sofrem hipotermia e infecções respiratórias”, disse Elder, antes de recordar que as famílias dormem com seus filhos nas ruas, em shoppings, escolas, mesquitas, rodoviárias e debaixo de pontes.
Na Turquia, o Unicef, em coordenação com o ministério da Família, enviou assistentes sociais aos hospitais para ajudar a identificar as crianças separadas de suas famílias. De modo paralelo aos esforços, o Unicef trabalha para fornecer apoio psicossocial às crianças afetadas. Apenas na Turquia, pelo menos 574 crianças resgatadas dos escombros ficaram sem família, segundo o vice-presidente do país, Fuat Oktay. Apenas 76 foram reunidas com suas famílias novamente. Na vizinha Síria, afirmou Elder, “todas as crianças com menos de 12 anos de idade só viveram o conflito, a violência ou o deslocamento. Algumas crianças foram deslocadas seis ou sete vezes”, disse. Apesar das equipes de resgate seguirem buscando por sobreviventes, o foco agora se concentra em fornecer alimentos e refúgio aos desabrigados. De acordo com o governo turco, quase 1,2 milhão de pessoas estão alojadas em campi universitários, mais de 200 mil barracas foram instaladas e 400 mil vítimas foram retiradas de áreas devastadas. O custo econômico da catástrofe pode superar 84 bilhões de dólares, incluindo US$ 70 bilhões que corresponderiam às moradias, de acordo com a federação empresarial Turkonfed.
A situação também é grave na vizinha Síria, já em colapso por mais de uma década de guerra civil. Na segunda-feira, caminhões com kits de ajuda seguiram da Turquia para o noroeste da Síria. Funcionários da ONU, no entanto, afirmaram que mais ajuda é necessária para as milhões de pessoas que tiveram as casas destruídas. De acordo com o ministério dos Transportes da Síria, 62 aviões de ajuda já pousaram no país e outros são aguardados nos próximos dias, principalmente da Arábia Saudita. Nesta terça-feira, um avião da Arábia Saudita com ajuda para as vítimas do terremoto pousou em Aleppo, norte da Síria. “É o primeiro avião da Arábia Saudita a pousar na Síria em mais de 10 anos”, afirmou um funcionário do ministério dos Transportes.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan