"O poder tende a corromper, e o poder absoluto tende a corromper absolutamente".
A frase, um clássico, de Lord Acton, deve nos servir de alerta, principalmente neste momento vivido pelo estado de Alagoas.
O Executivo local não tem nem oposição nem fiscalização do Legislativo. Estão amalgamados, os dois poderes, como nunca na história local. Dantas e Marcelo Victor parecem uma só pessoa, com o segundo sendo face mais visível do verdadeiro poder em Alagoas.
Para completar, o Ministério Público Estadual, que já escreveu histórias recentes de grande combatividade, vive momentos de – sendo brando - notável ausência, sendo alvo hoje de duras críticas dos mais amplos setores e sobrecarregando a atuante Defensoria Pública. As exceções no MP, quando surgem, merecem ser registradas - o que faço neste espaço com grande prazer.
A harmonia entre poderes não há de prescindir de independência institucional.
Não conto com o Tribunal de (faz de) Contas porque os alagoanos só sabem que esse puxadinho da Assembleia Legislativo existe quando o orçamento do Estado é publicado todos os anos, e vemos o desperdício do dinheiro público - na origem.
O cenário ganha maior gravidade pela evidente crise que já aflorou na Educação e na Saúde, que vive momentos de dificuldades como há muito já não víamos.
A população mais pobre, do estado campeão brasileiro de fome – que atinge 36,7% da população –, é que sofre, chegando antes do tempo ao destino de todos nós.
Sempre entendi que qualquer governo deve ter, sim, oposição e enfrentar a mais rigorosa fiscalização das instituições que existem com este fim.
Quando isso não acontece, a frase de Lord Acton vira o inevitável roteiro de um filme de terror coletivo, sempre repetido.