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BP desacelera saída de mercado de petróleo após lucro recorde

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Mudança estratégica reflete a nova realidade desde a invasão da Ucrânia pela Rússia A BP disse que vai reduzir a produção de petróleo e gás mais lentamente nesta década, como resultado dos gargalos criados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o que também elevou os preços e gerou lucros recordes.

Embora a empresa britânica tenha dito que reforçou a aposta na transição para uma energia mais limpa com gastos extras de US$ 8 bilhões até 2030, a petroleira aumentará os investimentos em combustíveis fósseis na mesma proporção. No início da próxima década, a empresa terá emissões mais altas do que o prometido anteriormente: a produção de petróleo e gás terá caído 25% em relação a 2019, em comparação com meta anterior de queda de até 40%.

A mudança estratégica reflete a nova realidade desde o ataque militar à Ucrânia liderado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sua decisão de usar os suprimentos de energia como arma contra a Europa. Depois de anos de críticas por seu papel na mudança climática, empresas de petróleo e gás agora ouvem apelos de governos do mundo todo para aumentar a produção.

“Vamos investir mais no sistema de energia atual”, disse o diretor-presidente da BP, Bernard Looney, em entrevista na terça-feira. “E isso, claro, é um sistema de hidrocarbonetos.”

A BP não está sozinha em ajustar sua estratégia de longo prazo. Na semana passada, a Shell, que também tem como meta zerar as emissões líquidas até 2050, informou que vai expandir seus negócios de gás natural, enquanto o investimento na unidade de renováveis ficará estável.

Mais petróleo e gás necessariamente significam mais emissões de carbono, apesar da crescente urgência em limitar os gases que aquecem o planeta e os piores impactos da mudança climática. No início deste ano, os próprios economistas da BP disseram que o orçamento mundial de carbono está se esgotando.

A empresa agora pretende reduzir o carbono do petróleo e do gás que produz – conhecido como emissões do Escopo 3 – de 20% a 30% em 2030, abaixo do objetivo anterior de um corte de até 40%. A BP ainda pretende reduzir suas próprias emissões diretas – conhecidas como Escopo 1 e Escopo 2 – em 50% até 2030.

Em uma atualização de estratégia publicada com o balanço do quarto trimestre, na qual a BP anunciou lucro recorde de US$ 27,65 bilhões em 2022, a companhia disse que aumentará os gastos com combustíveis fósseis e negócios de baixo carbono. E planeja investimentos adicionais de US$ 8 bilhões em cada segmento até o fim da década.

Para petróleo e gás, a BP quer direcionar gastos para elevar a produção o mais rápido possível. Isso significaria investimentos como maior capacidade de perfuração no Golfo do México, no Mar do Norte e na formação de xisto na Bacia do Permiano nos EUA.

“Trata-se de produção que pode ser iniciada a curto e médio prazo para ajudar as pessoas que enfrentam problemas de abastecimento”, disse Looney.

Sede da BP

Kin Cheung/AP

Superciclo do petróleo

A percepção de falta de oferta no mercado de petróleo também impulsiona a estimativa da BP sobre os preços. A empresa espera que o petróleo atinja uma média de US$ 70 o barril em 2030, acima dos US$ 60 previstos há menos de um ano.

“A perspectiva da empresa mudou de acordo com nossa visão do superciclo do petróleo”, escreveu em nota Christyan Malek, chefe global de estratégia de energia do JPMorgan Chase.

Embora a BP tenha mudado o ritmo de sua transição para a energia limpa, a empresa diz que ainda está canalizando uma parte crescente do caixa de seu negócio de combustíveis fósseis para investimentos de baixo carbono. Em 2019, a empresa gastou 3% do capital em outras áreas além de petróleo e gás. No ano passado, essa fatia subiu para 30% e será equivalente a mais da metade em 2030, disse Looney.

Fonte: Valor Invest

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