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Crise do grupo Adani se aprofunda com perdas de US$ 108 bi

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A sangria do bilionário indiano, que no ano passado chegou a ser o segundo homem mais rico do mundo, vem na esteira de um relatório explosivo da Hindeburg Research As empresas de Gautam Adani perderam US$ 108 bilhões em uma semana, em uma das maiores ondas vendedoras na história da Índia. A sangria vem na esteira de um relatório explosivo da Hindenburg Research, empresa de investimentos conhecida por suas posições vendidas, que obrigou o empresário a cancelar uma oferta de ações no último minuto e levou alguns credores a rejeitarem seus títulos como garantia para transações de clientes.

Leia também: Com colapso de US$ 93 bi, bilionário indiano deixa de ser o mais rico da Ásia

Adani, que no ano passado se tornou o segundo homem mais rico do mundo com um patrimônio de US$ 147 bilhões, viu sua fortuna despencar em cerca de US$ 57 bilhões desde que a Hindenburg acusou suas empresas de fraude para inflar a receita e os preços das ações. Depois de levantar capital do Oriente Médio e de outros bilionários indianos para apoiar uma venda de ações de US$ 2,4 bilhões, o executivo surpreendeu o mercado ao desistir da oferta na quarta-feira.

A turbulência se tornou uma questão nacional. Parlamentares exigem respostas do governo do primeiro-ministro Narendra Modi, dada a proximidade dos interesses de Adani, que incluem portos e ativos de energia, com os planos de crescimento do país. A grande preocupação que paira sobre o conglomerado é a possibilidade de credores e outras contrapartes começarem a reduzir sua exposição, enquanto temores de contágio se espalham para outros segmentos dos mercados.

Embora a empresa de Adani tenha refutado as alegações e o próprio bilionário dito em vídeo na quinta-feira que a oferta de ações descartada não terá impacto nas operações, a onda de vendas não dá sinais de alívio. A ação da Adani Enterprises, carro-chefe do grupo, afundou 27% na quinta-feira, ampliando a queda de 28% da sessão anterior.

Em um sinal de como a percepção de risco muda rapidamente, as unidades do Credit Suisse e do Citigroup pararam de aceitar alguns títulos emitidos pelas empresas de Adani como garantia para empréstimos de margem a clientes de alta renda. O banco central da Índia pediu detalhes da exposição de bancos ao conglomerado endividado, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

“O maior risco é se o Adani Group enfrentar uma grave deterioração no acesso ao financiamento, principalmente em suas entidades altamente alavancadas”, escreveu em nota Leonard Law, analista sênior de crédito da Lucror Analytics. “Dito isso, o grupo provavelmente pode continuar a levantar fundos de bancos e títulos onshore por enquanto.”

A extensão dos estragos causados no império de Adani pode depender da resposta do governo Modi. Até agora, o primeiro-ministro permaneceu calado sobre as alegações da Hindenburg, enquanto o ministro de Tecnologia e Ferrovias disse à Bloomberg TV que a economia pode lidar com as perdas das ações de empresas do grupo Adani. A relação de Modi e Adani é vista como muito próxima, embora o magnata tenha dito no passado que não buscou nenhum favor político.

Na semana passada, a Hindenburg Research acusou o grupo Adani de manipulação “descarada” do mercado e fraude contábil, alegando que uma rede de entidades offshore controladas pela família Adani em paraísos fiscais foi usada para facilitar a corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

O conglomerado negou repetidamente as acusações, chamou o relatório de “falso” e ameaçou processar a empresa.

“Os fundamentos da nossa empresa são fortes. Nosso balanço é saudável e os ativos, robustos. Assim que o mercado se estabilizar, revisaremos nossa estratégia de mercado de capitais”, disse Adani em vídeo na quinta-feira.

As perdas arrastaram junto o mercado acionário indiano. O índice MSCI India, que inclui oito ações do grupo, caiu cerca de 9% em relação ao pico de dezembro, aproximando-se de uma correção técnica. Oito das 10 ações com pior desempenho no índice MSCI Asia Pacific neste ano são de empresas vinculadas ao grupo Adani.

“É preciso estar muito atento, e investidores devem ser aconselhados a não mexer nas ações Adani até que haja clareza sobre o caminho a seguir”, disse Alok Churiwala, diretor-gerente da Churiwala Securities. “As ações podem recuperar algumas das perdas, mas voltar aos níveis anteriores será difícil, porque serão ainda mais alvo de escrutínio.”

(Colaboraram Abhishek Vishnoi, Matt Turner, Josyana Joshua, Filipe Pacheco, Sanjai P R e Cecile Vannucci)

Fonte: Valor Invest

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