Os 513 deputados federais eleitos, incluindo os nove de Alagoas, tomarão posse nesta quarta-feira (1º), em uma sessão marcada para as 10h, no Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara Federal, em Brasília. No mesmo dia, às 16h30, começa a sessão destinada à eleição do novo presidente e da Mesa Diretora para o período 2023/2025. E o alagoano Arthur Lira (PP) deve ser reeleito com votação recorde em uma disputa com o deputado Chico Alencar (PSOL) como único adversário.
Do Estado, além de Lira, vão assumir uma cadeira no Parlamento os deputados Alfredo Gaspar (União Brasil), Luciano Amaral (PV), Marx Beltrão (PP), Isnaldo Bulhões Júnior (MDB), Paulão (PT), Daniel Barbosa (PP), Delegado Fabio Costa (PP) e Raphael Brito (MDB). O petista é cotado para coordenar a bancada federal alagoana nesta legislatura. Conversas neste sentido estão convergindo para que a indicação se concretize.
A semana foi de intensa movimentação nos bastidores para manter a base sólida em torno da escolha de Arthur Lira para recondução à Presidência da Câmara. A bancada alagoana foi bastante solicitada para participar de encontros com o atual mandatário. A previsão é de que Lira tenha os votos de oito dos nove deputados eleitos. A grande dúvida é se o novato Luciano Amaral, eleito com a ajuda importante do deputado estadual Marcelo Victor (MDB), votará no alagoano também, completando 100% dos votos dos representantes do Estado.
Parlamentar importante para Bolsonaro durante o seu mandato, Lira dialogou com o novo governo e atuou, antes mesmo da posse, para a aprovação da proposta de emenda à Constituição, no fim do ano passado, que abriu espaço orçamentário para bancar as promessas de campanha de Lula, como o Bolsa Família de R$ 600.
O poder de articulação do alagoano foi capaz de promover a união das bancadas do PL e do PT (as maiores da casa), cenário que não foi observado na eleição passada, quando as siglas se dividiram entre Lira e o deputado Baleia Rossi (MDB).
Nos bastidores, desenha-se um apoio com até 20 legendas: PT, PL, PP, MDB, PSD, PDT, União Brasil, PSB, PSDB, Republicanos, Podemos, PSC, PCdoB, Solidariedade, Patriota, Avante, Pros, PTB, Pros e Cidadania. Há, porém, resistências internas em alguns partidos, que ainda não declararam oficialmente o bloco. Mas, independentemente do candidato à presidência da Câmara, os partidos precisam se organizar em blocos para a divisão de cargos.
Além da eleição da Mesa Diretora, responsável pela direção da atividade legislativa e que conta com presidente, dois vices e quatro secretários, também está sendo acertada a distribuição das presidências das comissões, que ocorre após 1º de fevereiro.
Os blocos partidários determinam a composição da Mesa. Quanto maior o bloco, maior o número de cargos. Os cargos são distribuídos entre os partidos integrantes de cada bloco. Se preferirem, os partidos podem atuar sozinhos, sem integrar nenhum bloco.
Embora sejam desfeitos alguns dias após a eleição da Mesa, os blocos formados no dia 1º de fevereiro valem também para a distribuição das presidências e da composição das comissões pelos quatro anos da legislatura. Já para a eleição da Mesa Diretora, que é feita a cada dois anos, podem ser formados novos blocos.
A Mesa é responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Casa. Entre suas atribuições, também está a promulgação de emendas à Constituição, juntamente com o Senado.
A Mesa Diretora compõese da Presidência (presidente e dois vice-presidentes) e da Secretaria, formada por quatro secretários e quatro suplentes.