O ator Bruno Fagundes, que recentemente assumiu namoro com o também ator Igor Fernandez, contou que já foi agredido por ser homossexual. “Já apanhei na rua. Eu tinha mais ou menos 20 anos e estava andando com dois amigos, perto da avenida Paulista [em São Paulo]. E passaram uns 20 caras que, não sei se faz muito sentido chamar assim, mas seriam skinheads. Eu me lembro de pensar enquanto apanhava: ‘Eu tenho sorte de nenhum deles estar com uma faca na mão ou um canivete’”, falou o artista em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que ele compartilhou nas redes sociais. Filho dos atores Antonio Fagundes e Mara Carvalho, Bruno comentou que não foi fácil crescer sob os holofotes por ser filho de uma pessoa famosa. Ele sentiu os efeitos negativos disso de uma forma mais agressiva quando tinha de 19 para 20 anos. “Fui entrevistado ao vivo por um repórter e ele perguntou na minha cara se eu era gay. E era num contexto que não tinha absolutamente nada a ver. Respondi que não. Voltei para casa e me lembro de vomitar. Foi muito traumático, porque eu não tinha a maturidade que tenho hoje, e aí alguém te expõe dessa forma. É uma violência gratuita”, afirmou o artista, atualmente com 33 anos.
Bruno também contou que em 2019 ouviu de uma empresária que ele dava muita “pinta” no Instagram dele e isso o prejudicaria profissionalmente. Na época, o ator estava em cartaz com o espetáculo “Zorro: O Musical” e gravando a série “3%”, da Netflix. “Essa mulher fez um homem de 30 anos ficar arrasado. Ela me engatilhou em lugares que eu passei uma vida inteira dizendo para mim mesmo que tinha superado”, declarou. “Ouvi a minha vida inteira que eu ia fracassar se eu fosse gay nessa profissão. Ouvi isso de empresários, agentes. Ninguém está livre da opressão estruturante. A minha sexualidade é a minha sexualidade. O meu trabalho é o meu trabalho.” O artista acrescentou que nunca se aproveitou do fato de ser filho de um ator famoso para conseguir papéis. “Eu sou da labuta. Não sou da polêmica”, pontuou Bruno, que nunca gostou de ser comparado ou visto como um sucessor de Antonio Fagundes. “Tenho um pai que é a representação do que seria o ideal do homem hétero, macho alfa. E isso não tem nada a ver com ele pessoalmente. Isso tem a ver com o trabalho dele.”