Neste domingo, 29, a polícia israelense lacrou a casa do atirador palestino que matou sete pessoas e feriu três em frente a uma sinagoga na última sexta-feira, 27, em Jerusalém Oriental. A ação policial é uma das primeiras medidas de represália contra os “os parentes de terroristas que apoiam o terrorismo” aprovadas pelo gabinete de segurança de Benjamin Netanyahu neste sábado, 28. Entre as medidas citadas estão as possibilidades de privá-los da previdência social ou a retirada dos documentos de identidade israelenses. A segunda medida ainda será examinada pelo conselho de ministros.
O governo também anunciou que a casa da família de Khayri Alqam, autor do atentado de sexta-feira em Neve Yaakov, “seria isolada de maneira imediata antes de ser destruída”. Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra o momento em que as forças israelenses fecharam hermeticamente as entradas da casa, enquanto os moradores eram obrigados a abandonar a residência. A demolição de casas de parentes de palestinos que mataram israelenses não é uma medida nova em Israel. O governo do Estado hebreu defende a medida por seu efeito dissuasório, mas os críticos a consideram uma punição coletiva desnecessária.
O diretor jurídico da ONG israelense HaMoked, Dani Shenhar, afirmou que a demolição anunciada da residência mostra “a vontade de vingança do governo contra os parentes”. É uma medida tomada “sem nenhum respeito pelo Estado de direito”, acrescentou. À medida que o clima de tensão cresce na região, a visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na próxima semana se torna cada vez mais turbulenta. O chefe da diplomacia estadunidense chegou neste domingo ao Egito, primeira escala de uma rápida visita ao Oriente Médio, que incluirá visitas a Jerusalém e Ramallah.
O ataque à sinagoga aconteceu um dia após o Exército de Israel ter matado dez pessoas em uma operação militar no campo de refugiados, o que exacerbou a crise com a Palestina e fez crescer o temor de um conflito mais amplo por parte da comunidade internacional. Nesta sexta, 27, Israel reportou o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza e respondeu com uma série de ataques aéreos. O grupo Jihad Islâmica e o Hamas não confirmaram se foram os autores dos ataques, contudo, após o ocorrido na Cisjordânia no dia anterior, eles disseram que a ofensiva desta sexta leva a mensagem de que “o inimigo deve permanecer alerta, porque sangue palestino derramado custa caro”.
O atirador foi identificado como Khayri Alqam, de 21 anos, que foi morto após uma breve perseguição policial. Na sequência da espiral de violência, no sábado, um adolescente palestino de 13 anos abriu fogo e feriu um homem de 47 anos e seu filho, de 23, antes de ser “ferido e neutralizado” em um bairro fora do muro que delimita a Cidade Antiga, em Jerusalém Oriental, informou a polícia. Os funerais das vítimas do tiroteio da última sexta-feira, considerado o ataque mais mortífero contra israelenses desde 2008, ocorreram neste domingo. Confira abaixo o vídeo dos agentes israelenses isolando a casa do atirador.
Watch: Israeli officers seal off the #Jerusalem family home of a Palestinian gunman who killed seven people outside a synagogue on the outskirts of the city, police say, after Prime Minister Benjamin Netanyahu promised “a swift response.” #Israel https://t.co/lkNJ19Bb5f pic.twitter.com/HsQeclTxNs
— Al Arabiya English (@AlArabiya_Eng) January 29, 2023
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan