O trio de acionistas da Americanas disse, por meio de nota, neste domingo, 22, que não tinha conhecimento das inconsistências contábeis que levaram ao rombo bilionária da empresa. “Nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país”, diz o documento assinado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Eles afirmam que “vão trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores”. O trio de acionistas ainda lamentam as perdas sofridas pelos investidores e credores e lembraram, que assim como eles, também foram alcançados por prejuízos. O caso, segundo eles, será apurado por um comitê independente da companhia. “Terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras”.
Na quinta-feira, 19, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial e atualizou o valor da sua dívida, agora sendo de R$ 43 bilhões. “Em resumo, o valor total da dívida das Requerentes é de, aproximadamente, R$ 43 bilhões. Requer, ainda, o prazo de 48 (quarenta e oito horas) para apresentação da lista de credores completa, a discriminação do passivo e eventuais documentos faltantes, para que reflita da forma mais fidedigna possível a realidade do endividamento do grupo”, informou a empresa. Anteriormente, a companhia havia anunciado uma dívida de R$ 20 bilhões. Na mesma quinta-feira, 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial protocolado pela Americanas. A empresa tem 60 dias para apresentar um plano de reestruturação, com ações que serão adotadas para garantir a saúde financeira da companhia. Para isso, a varejista precisará demonstrar como continuará operando economicamente e apresentar um laudo com todos os bens do grupo. Com o planejamento para a recuperação pronto, a Americanas terá 150 dias para convocar uma reunião com os credores, na qual o plano deve ser discutido e aprovado.
Fonte: Jovem Pan