O drama da jovem Joyce Gomes da Silva, que denuncia o Hospital Regional de Arapiraca pela morte do filho recém-nascido, será acompanhado pelo Ministério Público Estadual. A promotora de justiça de Arapiraca, Viviane Karla da Silva Farias, confirmou ao TNH1nesta terça-feira, 17, que pretende ouvir Joyce assim que o hospital se pronunciar sobre o ocorrido. A expectativa de Joyce e da família é que suas dúvidas sobre o que realmente ocorreu, durante e após o parto, sejam finalmente dirimidas.
"Tomamos conhecimento do caso hoje através de uma reportagem que nos foi encaminhada e com isso instauramos um procedimento para apuração dos fatos. Foi expedido ofício ao Hospital Regional para esclarecimentos no prazo de 10 dias. Após isso, pretendemos ouvir a genitora", diz a promotora.
O TNH1 também confirmou que a delegada da Mulher da cidade de Arapiraca, Maria Fernanda Porto, vai começar a ouvir as partes envolvidas.
A denúncia de Joyce veio à baila no final de semana. Ela alega que estava grávida de gêmeos, conforme exames de pré-natal realizados no município, mas que só conheceu um dos bebês, até então saudável. Ainda no dia do parto ela recebeu a informação de que o outro bebê não havia se desenvolvido. Joyce conta que o filho que nasceu com vida, estava bem, mas morreu três dias depois do parto, em circunstâncias não esclarecidas pelo hospital. No relato ao TNH1, ela contou que o bebê estava com vários hematomas pelo corpo e na testa. Denuncia também que procurou a unidade hospitalar em busca de respostas, mas não as obteve. Por isso, que o caso foi registrado na Polícia Civil.
Procurado pelo TNH1 desde o final de semana, o hospital informou que Joyce não estava grávida de gêmeos e deu à luz a apenas um bebê, no dia 4 de dezembro. E nesta segunda-feira, 16, a direção enviou uma nota, ao programa Cidade Alerta Alagoas, com esclarecimentos sobre o caso. Leia abaixo:
"A denunciante compareceu ao Hospital no dia 29/11/2022, por encaminhamento para observação obstétrica (queixa de perda de liquido, hipótese diagnostica: ruptura prematura de membranas ovulares) apresentando ameaça de parto prematuro (aproximadamente 34 semanas de gestação) dentre os documentos consta uma ultrassonografia realizada no dia 24/08/2022, em uma clinica particular, onde foi constatado: "feto único em situação longitudinal, apresentação pélvica, com dorso à direita, gestação em torno de 20 semanas e 5 dias, peso fetal 367g, sexo masculino.
Na referida ultrassonografia consta todas as informações relacionadas a um ÚNICO bebê. A denunciante estava submetida acompanhamento em alto risco por prematuridade em gestações anteriores.
Após sua internação, em 01.12.2022, foi realizada uma ultrassonografia no próprio hospital, onde consta: feto único, apresentação cefálica com dorso à esquerda, sexo masculino, batimentos cárdio-fetais normais, peso 2.058g, em torno de 35 semanas.
Conclusão, a paciente deu a luz a uma única criança no dia 04.12.2022, que nasceu de parto cesariano e teve complicação no pós parto, sendo levada para a UTI neonatal onde foi a óbito no dia 07/12/2022, não havendo nenhum fundamento a denuncia apresentada pela paciente, fato que será comprovado em juízo, caso haja judicialização".
No entanto, na nota o hospital não traz informações sobre a morte do bebê. O hospital disse que essa informação não será divulgada.