Um ex-comandante do grupo mercenário Wagner, da Rússia, se rendeu às autoridades norueguesas e prometeu expôr todos os crimes russos. Andrei Medvedev pediu asilo após ser detido pelas forças de segurança local por ter cruzado ilegalmente a fronteira na sexta-feira, 13. O ex-comandante fala que fugiu de seu país natal no dia 12 e atravessou um rio gelado que separa os dois países porque estava temendo por sua vida após se recusar a renovar seu serviço com o grupo. Em um vídeo compartilhado na segunda-feita, 16, Medvedev, que diz ter comandado cerca de 15 combatentes do grupo na Ucrânia, fala para o ativista russo de direitos humanos, Vladimir Osechkin, que vai colaborar com as investigações internacionais sobre possíveis crimes de guerra cometido pelo grupo que fazia parte. Ele diz ter presenciado execuções sumárias de combatentes do Wagner acusados de covardia e deserção.
Em entrevista para o jornal norte-americano ‘The New York Times‘, antes de deixar a Rússia, Medved, que tem 26 anos, contou que se juntou ao grupo em julho e liderou um destacamento na cidade de Bakhmut – local que tem sido palco de intensos conflitos. Porém, em novembro ele desertou e voltou para Rússia, que foi quando entrou em contato com Osechkin e outro ativistas de direitos humanos. O grupo Wagner também está envolvido em outra polêmica. O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, denunciou a publicação de anúncios do grupo paramilitar russo Wagner para recrutar cidadãos sérvios para a guerra na Ucrânia. “Por que fazem isso na Sérvia? Por que fazem chamados quando isso vai contra as regras?”, disse o chefe de Estado. No início do mês, o braço em idioma sérvio do RT, um veículo de informação pró-Kremlin, publicou anúncios para tentar recrutar sérvios no grupo de mercenários Wagner. O grupo paramilitar foi criado em 2014 por um empresário próximo do Kremlin e desempenha um papel chave na Ucrânia desde a invasão russa em 24 de fevereiro.
Fonte: Jovem Pan