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Com alta de preços, agropecuária puxa superávit comercial recorde de 2022, aponta FGV Ibre

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Segundo o boletim do Indicador de Comércio Exterior da fundação, para 2023, leitura inicial indica exportações e importações menores, com superávit também menor que o do ano passado Em 2022, a balança comercial fechou com superávit recorde de US$ 61,8 bilhões, pouco superior à marca também histórica de 2021, de US$ 61,4 bilhões. O valor exportado cresceu 19,1% e o valor importado subiu 24,3%, em relação ao ano de 2021. O superávit da agropecuária aumentou, puxado por preços, enquanto o saldo positivo da extrativa reduziu e o déficit da indústria de transformação aumentou. Para 2023, leitura inicial indica exportações e importações menores, com superávit também menor que o do ano passado, diz o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

A divulgação destaca que, no PIB de 2022, é esperado um recuo no valor adicionado da agropecuária e, portanto, uma contribuição negativa para o crescimento da economia. Na balança comercial, porém, a contribuição da agropecuária foi positiva. O superávit comercial do setor passou de US$ 46,5 bilhões para US$ 65,8 bilhões entre 2021 e 2022. Em igual período, a indústria extrativa registou queda do superávit, que passou de US$ 63 bilhões para US$ 45,5 bilhões. Na indústria de transformação, o déficit se ampliou de US$ 45,3 bilhões para US$ 48,5 bilhões. Logo, o aumento no superávit de 2022 foi explicado pelo desempenho da balança comercial da agropecuária.

Em termos de fatia da exportação, a indústria de transformação explicou 55,7% da receita de embarques, seguida pela extrativa, com 22,8%, e a agropecuária, com 21,3%. Na comparação anual em valor, a maior taxa de variação no ano foi da agropecuária (37,9%), seguida da transformação (25,2%). A indústria extrativa registrou queda de 4,7%.

O desempenho positivo da agropecuária, diz o boletim, é atribuído principalmente aos preços, com variação de 34%, enquanto o volume cresceu 2,6%. Na indústria de transformação, a diferença é menor, com preços que subiram 15,7% e volumes, 8%. Na indústria extrativa, as variações foram negativas para o volume (-0,4%) e preços (-3,5%).

Principal produto

A soja foi o principal produto exportado em 2022, seguido do petróleo bruto e o minério de ferro. Ressalta-se, porém, que enquanto os dois primeiros registraram aumento no valor exportado, as vendas de minério de ferro recuaram em 35,3% com queda no preço e no volume.

As restrições da oferta agrícola associada à Guerra na Ucrânia e questões climáticas elevaram os preços agrícolas, diz o boletim. Na extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro desfavorável. O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde 2009.

Para 2023, as projeções sinalizam para um menor crescimento da economia mundial do que em 2022 e de uma taxa de crescimento do Brasil abaixo de 1%, indica o boletim do Icomex. “Exportações menores e importações menores seriam esperadas. Os preços agrícolas não devem acelerar com o fim do efeito das secas e substituição das fontes de grãos da Ucrânia e da Rússia o que significa que a melhora das exportações irá depender mais do volume exportado”, diz o boletim.

Para as exportações brasileiras agropecuárias a grande incógnita é o efeito China, ressalta a divulgação. Com o relaxamento da política de 'covid zero' é esperado uma retomada parra um crescimento econômico ao redor de 5%. “No entanto, ainda estão incertos o efeito dessa política e se poderá ser mantida. A União Europeia, outro mercado importante para s produtos da agro, com a crise energética é um dos principais fatores para o menor crescimento mundial.”

O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China, ressalta o Ibre. “No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo. Uma primeira leitura, o saldo comercial de 2023 deverá ser menor que o de 2022.”

Porto de Santos

Divulgação

Fonte: Valor Invest

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