As equipes de resgate do Nepal encontraram nesta segunda-feira, 16, a caixa-preta do avião que caiu no último domingo na cidade turística de Pokhara. O equipamento contém a gravação de voz dos pilotos e os dados de voo da aeronave. Até o momento, o acidente já matou 69 pessoas, e as autoridades estão sem esperança de encontrar sobreviventes. “Estamos rezando por um milagre. Mas a esperança de encontrar alguém vivo é nula”, afirmou Tek Bahadur KC, chefe do distrito de Taksi, onde o avião caiu no domingo. Essa é a pior catástrofe deste tipo no país em três décadas. O avião, um ATR 72 da companhia Yeti Airlines, saiu de Katmandu, capital do Nepal, com 72 pessoas a bordo — 68 passageiros e quatro tripulantes — pouco antes das 11h locais (2h15 no horário de Brasília), perto de Pokhara (centro), onde deveria pousar. A aeronave em chamas foi encontrada em um precipício de 300 metros de profundidade, entre o antigo aeroporto construído em 1958 e o novo terminal internacional inaugurado em 1º de janeiro em Pokhara, porta de entrada para alpinistas do mundo todo. Soldados usaram cordas para retirar os corpos do fundo do precipício entre o final do domingo e início desta segunda-feira. Ainda não se sabe o motivo da queda, mas em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o avião é visto voando baixo sobre uma área residencial antes de se inclinar de forma brusca para a esquerda. Ouve-se, então, uma forte explosão. Greg Waldon, especialista no setor de aviação, disse que, ao ver o vídeo, pareceu que o avião tinha um problema em uma das asas, o que significa que pode não ter suportado mais o peso da máquina.
Nos últimos anos, o setor aeronáutico do Nepal cresceu muito no transporte de mercadorias, assim como no transporte de turistas. Devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção, porém, as empresas sofrem, em geral, com problemas de segurança. Por esse motivo, a União Europeia proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrarem em seu espaço aéreo. O país do Himalaia também possui algumas das pistas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes. As companhias afirmam que o Nepal não tem infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, sobretudo, nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos. O acidente de domingo é o mais mortal no Nepal desde 1992. No referido ano, todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram na queda da aeronave perto de Katmandu.
Fonte: Jovem Pan