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Pelé

Coluna - A importância de Pelé no movimento paralímpico brasileiro

Pelé e João Batista Carvalho e Silva - Arquivo pessoal/João Batista Carvalho e Silva

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"Foi um reconhecimento ao esporte de pessoas com deficiência, o que abriu as portas depois para [inclusão na] Lei Agnelo Piva, de 2001, que distribui recursos de loterias federais a entidades desportivas, e outras tantas que beneficiaram o paradesporto", destacou o presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP), João Batista Carvalho e Silva, à Agência Brasil.

O CPB foi fundado em 9 de fevereiro de 1995 e João Batista era justamente o presidente da entidade na ocasião em que Pelé era ministro dos Esportes. Conforme o dirigente do CBCP, o Rei do Futebol ajudou o movimento paradesportivo brasileiro a ganhar projeção nacional.

"Na primeira audiência que tive com Pelé, pedi a ele que nos emprestasse sua imagem para que se virasse uma página do esporte de pessoas com deficiência no Brasil, que existia desde 1958 e poucas pessoas sabiam o que era. Ele disse que nos ajudaria de todas as maneiras que pudesse. Foi o que fez. Pelé nos aproximou de patrocinadores, artistas, meios de comunicação. Não foi à Olimpíada de Atlanta [Estados Unidos], em 1996, mas esteve conosco naquela Paralimpíada", recordou.

Uma das integrantes da delegação em Atlanta foi Ádria Santos, dona de 13 medalhas paralímpicas na carreira, sendo quatro de ouro. Naquela edição, a velocista da classe T11 (cego total) foi ao pódio nos 100, 200 e 400 metros, sendo prata nas três disputas. Ela guarda, com carinho, a foto justamente desta última prova, em que está ao lado do guia Gérson Knittel e tem o braço erguido por Pelé.

O então ministro do Esporte Pelé ergue os braços da multicampeã do atletismo Ádria Santos e o guia dela, Gérson Knittel, nos Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996 - Arquivo pessoal/João Batista Carvalho e Silva

"Ele pulou o alambrado para me cumprimentar. Foi incrível, não só por conhecer pessoalmente o Pelé, mas por ser um momento tão especial para mim, competindo [em uma Paralimpíada], saber que ele estava me assistindo, admirando meu resultado, receber esse abraço carinhoso. Quando ele nos cumprimentou e viramos para o público, todos o reconheceram e começaram a aplaudir", contou Ádria.

Pelé foi velado no gramado da Vila Belmiro, estádio do Santos. Durante 24 horas, mais de 230 mil pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo estiveram no funeral, que foi acompanhado por cerca de 1,1 mil jornalistas, de 32 países. Números que dão um pouco da dimensão do Atleta do Século, cujo legado vai além do esporte no qual ele é Rei.

"A gente perde essa figura humana excepcional. Tive oportunidade de estar com o Pelé no Brasil e no exterior. Ele tinha uma força de atração, um negócio que poucas pessoas têm. E humildade. O esporte das pessoas com deficiência deve muito ao Pelé", afirmou João Batista.

"Perdemos um grande ídolo. Meu pai o assistia muito. A gente fica sabendo da história dele pelos pais e avós e passa a admirá-lo pelo trabalho que fez e pela paixão que tinha, de vestir a camisa, levar o nome do país. A gente, às vezes, transmite essa paixão às pessoas quando faz algo que a gente ama", completou Ádria.

Fonte: Agência Brasil

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