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CEOs contam o que fazem para poder se desligar do trabalho

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Pilotar avião, fazer motocross, surfarou apenas jogar baralho com a família, vale tudo para desconectar e cuidar da saúde mental Sheynna Hakin, do BNP Paribas Cardiff, joga vôlei de praia

Arquivo pessoal

Equilibrar a rotina pesada no alto escalão com atividades que ajudam a desconectar dos negócios e a aumentar o bem-estar em tempos de incertezas, como enfrentamos em 2022, tem sido a receita dos CEOs brasileiros para cuidar da saúde mental. E para se desligar dos problemas cotidianos no escritório vale tudo: pilotar aviões, participar de triatlos, fazer motocross, jogar beach tennis, surfar e até coisas mais simples, como jogar baralho com a família e parar para conversar com os filhos na hora do jantar.

Marcelo Zimet, CEO da L'Oréal, admite que ficar quieto não é o melhor jeito para ele relaxar. “Tentei fazer meditação, ioga, mas não consigo ficar em silêncio por muito tempo”, conta. O que funciona para ele é treinar e participar de triatlos, onde nada, corre e anda de bicicleta. Incluir a preparação para esses esportes na sua rotina requer muita disciplina e foco, admite. “Acordo 4:30 porque na Europa são 9:00”, conta. “A coisa mais importante da minha vida é o tempo.”

“Não tem como pensar em trabalho quando estou lá em cima, até porque se fizer isso eu caio”, diz Sampaio, da Sanofi, que pilota avião

Encontrar um espaço na rotina para desenvolver uma nova habilidade não é simples. Santiago Chamorro, presidente da GM, diz que fez um grande esforço tendo aulas à noite, às vezes até 1 da manhã, para poder tirar o brevê e realizar o sonho de pilotar um avião. Neste ano, fez pelo menos duas viagens por mês nos fins de semana para pilotar. “Tenho também um simulador em casa, um avião de apartamento”, explica. Fernando Sampaio, diretor-geral da unidade de medicina e presidente da Sanofi no Brasil, também começou a pilotar. Ele conta que comprou um pequeno avião. “Não tem como pensar em trabalho quando estou lá em cima, até porque se fizer isso eu caio”, brinca.

Edson Higo, CEO da Danone, também reorganizou a agenda para realizar um sonho antigo: tocar guitarra. Ele é autodidata e pratica o instrumento depois que a família vai dormir. Aprendeu a tocar uma música da banda “Cage the Elephant” sozinho, comemora. Reservar um tempo para realizar uma atividade voltada ao bem-estar tendo uma agenda cheia no trabalho requer a criação de novos hábitos.

Cesar Alarcon, CEO da Pirelli, gosta de fazer motocross

Arquivo pessaol

Otto von Sothen, CEO da Tigre, conta que incorporou o hábito de se exercitar diariamente durante a pandemia. “As pessoas alegam não ter tempo, mas não é verdade, você que não colocou isso nas prioridades. Aprendi isso com muito custo”, confessa. A CEO da Microsoft, Tânia Cosentino, diz que não tinha uma disciplina muito forte com os exercícios, mas conseguiu incorporar a ioga e a meditação, além do pilates. “Me traz energia e um bem-estar incrível”, diz. Assim como brincar com suas duas cachorras, Lulus da Pomerânia. Max de Simone, presidente da Ferrero para a América do Sul, é outro que relaxa ao levar os cachorros para passear.

O fim de semana é um tempo que a maioria dos entrevistados reserva para fazer o que gosta. Simone coloca a leitura em dia. Viviane Martins, CEO da Falconi, mergulha nos livros policiais. Já Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre, vai ao cinema com as filhas para ter duas horas de total desconexão.

Viajar é outra forma de os executivos e executivas aproveitarem o tempo livre e se conectarem com a natureza e a família. “Sempre que posso, fujo um ou dois dias para tentar ficar quieto num lugar, mas confesso que é difícil desconectar”, diz Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras. Pedro Bueno, CEO da Dasa, diz que não é tão ligado aos esportes e, embora faça academia, gosta mesmo é de viajar e estar com os amigos para desligar.

Marcelo Zimet, CEO da L"Oréal, participa de triatlos

Arquivo pessoal

Já Kwami Alfama, CEO da Tereos, procura sempre que pode viajar para Cabo Verde, onde nasceu. “Lá existem ilhas paradisíacas, gosto de fazer montanhismo e conhecer as pessoas do interior”, conta. E, quem gosta de mar, aproveita a folga para correr para a praia. Rodolfo Eschenbach, CEO da Accenture, descobriu o gosto por pedalar na pandemia, quando morou temporariamente numa casa no litoral. “Andava de bicicleta quando as praias estavam fechadas e agora faço isso no fim de semana”, explica.

Para quem prefere pegar onda, ir para a praia é quase um ritual. Maurício Giamellaro, presidente do grupo Heineken, gosta de surfar e diz que estar próximo ao mar é sua maior fortaleza. “Meu time fala: você não foi na academia hoje, não pegou onda, né? Está super tenso”, diverte-se. Marcos Noll, CEO da Cultura Inglesa, surfa desde os 9 anos de idade e diz que este não é um esporte simples porque exige ir até o mar, mas para ele é um estilo de vida e uma grande conexão com a natureza.

Sheynna Hakin, CEO do BNP Paribas Cardif no Brasil, é adepta do vôlei de praia. “A areia me faz muito bem”, ressalta. Priscila Siqueira, CEO do Gympass, aderiu ao beach tennis. Ela conta que já entrou em uma reunião sem ter tido tempo de secar o cabelo e que o cliente falou: “você está com cara de frescor”. “Isso foi legal, porque mostrou que tirei um tempo para mim”, afirma. Já o CEO da Localfrio, Rodrigo Casado, diz que é fã do beach tennis porque ele é um esporte inclusivo, “dá para fazer networking e amigos.”

Maurício Giamellaro, CEO da Heineken, é adepto do surf

Arquivo pessoal

Às vezes, um par de tênis é suficiente para aumentar o bem-estar. O CEO da Pernambucanas, Sergio Borriello, corre e acredita que o “suor renova e tira um monte de coisa ruim”. Silvia Penna, CEO da Uber, também é adepta da corrida. “Em uma hora correndo, organizo meus pensamentos”, observa. Marcelo Braga, CEO da IBM, diz que a rotina de exercícios matinal também o ajuda a “colocar a cabeça em ordem”. Já Marc Hasson, CEO da Boehringer Ingelheim Brasil, corre de duas a três vezes por semana no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “Isso faz a diferença e me permite gerenciar o estresse.”

Dormir bem pode ser um desafio para muitos executivos e cada um descobre um jeito de lidar com isso. Mariana Dias, CEO da Gupy, aprendeu a desconectar a partir do momento que desliga o computador no fim do dia e mergulha nas séries que acompanha pelas plataformas de streaming. Para obter uma “energia positiva” antes de dormir, Fabio Costa, CEO da Salesforce, faz até 30 minutos de meditação. Felipe Rizzo, do WeWork BR, afirma que ter a quantidade certa de sono permite com que ele esteja focado no presente e não ansioso pelo futuro ou depressivo pelo passado. Já Jerome Cadier, CEO da Latam, conta que sofreu para pegar no sono durante a pandemia e o jeito foi aumentar a carga de exercícios. “A solução foi deitar absolutamente exausto”, diz. Hoje ele além de correr, nada e pedala.

Estar com a família, no geral, é um momento de relaxamento. Cristina Junqueira, CEO do Nubank, diz que sua recarga de energia vem dos momentos em que está com as três filhas. “É muito gostoso, sou criança também, sou a louca da Disney”, brinca. Patrick Hruby, CEO da Movile, para todos os dias às 19 horas e janta com os três filhos, independentemente do que esteja acontecendo. Ana Karina Bortoni, CEO do banco Bmg, diz que joga bastante baralho com o marido, a enteada e o namorado para relaxar.

Cesar Alarcon, CEO da Pirelli, costuma levar o filho de 7 anos para fazer motocross com ele. “Eu fico no Brasil e meus filhos na Argentina, então dedico um tempo de qualidade para eles”, diz. Hugo Nisenbom, CEO da MSD, joga tênis e viaja para esquiar com os filhos. Gabriel Braga, CEO do Quinto Andar, diz que ficar com os filhos o ajuda a colocar as coisas em perspectiva. “Os problemas do dia a dia parecem menores”, diz.

Para alguns CEOs, o lugar de relaxar é a cozinha. Daniela Manique, presidente do grupo Solvay na América latina, diz que bater massa de pão quando está muito estressada “é uma delícia”. Como engenheira química, ela se encanta com os processos da culinária. “Fiz um curso de macaron na França, é um modelo de química afinadíssimo, de perfeita exatidão, tem que acompanhar o termômetro, o grau, a textura”, diz. Leo Xavier, CEO do Môre Talent Tech, é outro que adora culinária. “Começo a fazer a massa da pizza na sexta, porque a fermentação leva 48 horas. “Isso nos ocupa e nos desconecta de tudo durante todo o fim de semana.”

Carolina Utimura, CEO da Eureca, acredita na autorreflexão e na terapia regular para cuidar da saúde mental, assim como manter contato com a natureza. Monalisa Gomes, country manager para a América Latina, Espanha e Portugal da Schauer Agrotronic, diz que seu hobby está sendo aprender a cuidar de plantas, especialmente de orquídeas. “Estou arrasada porque já matei dois cactos”, conta. Para Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário, o importante é olhar para a saúde integral, física e mental. “Nunca começo o dia olhando o celular, quero trazer energias boas para o dia inteiro, porque quanto mais eu estiver bem comigo mesmo, mais as pessoas ao meu redor estarão bem”. Todos os depoimentos foram dados ao podcast “CBN Profissional”, que reuniu 40 executivos e executivas em sua oitava temporada em 2022. Os episódios estão disponíveis no site da CBN, no Spotify e na Apple Podcasts.

Fonte: Valor Invest

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