Trabalho considera os resultados do PIB e da Copa do Mundo a partir de 1961 para países que já tinham séries históricas detalhadas para o cálculo da economia nacional A vitória da Argentina na Copa do Mundo do Catar deu a Messi o título que faltava, mas o efeito da vitória nos pênaltis sobre a França pode representar muito mais para o país sul-americano que a recuperação do orgulho nacional. Um estudo do pesquisador Marco Mello, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, mostra que a conquista do campeonato mais importante do futebol mundial produz, segundo estimativas conservadoras, um aumento de 0,25 pontos percentuais no Produto Interno Bruto (PIB) do país campeão nos dois trimestres seguintes ao título.O trabalho considera os resultados do PIB e da Copa do Mundo a partir de 1961 para países que já tinham séries históricas detalhadas para o cálculo da economia nacional. No caso do Brasil, essa série começou em 1996.“A análise mostra que vencer a Copa do Mundo da Fifa leva a um aumento estatisticamente significativo apenas nos dois trimestres subsequentes à vitória na Copa do Mundo”, diz o estudo.Nesse período, ainda de acordo com o paper do pesquisador Marco Mello, as estimativas conservadoras apontam para a alta de 0,25 pontos percentuais quando o desempenho da economia é comparado com períodos em que o país não venceu a competição.“Esse efeito parece ser conduzido pelo crescimento das exportações e por uma melhoria no balanço comercial”, diz o estudo.Mello pontua no trabalho que essa melhora no balanço de comércio foi especialmente relevante para o Brasil em 2002 e é uma característica que parece derivar do maior apelo internacional experimentado pelo país depois de vender “a mais renomada entre as competições de futebol”.Nesse sentido, a Argentina estava, segundo Mello, em melhor posição do que a França para colher os benefícios econômicos que normalmente acompanham uma vitória na Copa do Mundo. Mello avalia que, entre os finalistas, a Argentina, com perfil exportador semelhante ao Brasil de 2002, tem mais chances de conseguir esse tipo de impulso.“Se há um dos dois países que podem se beneficiar, assim como o Brasil, é a Argentina, e não a França”, disse Mello, pesquisador de pós-doutorado em Surrey.
Fonte: Valor Invest
