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COP 15: Em nome de 70 países, Brasil pede fundo para biodiversidade

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Mecanismo global de financiamento seria totalmente dedicado à biodiversidade Em plenária na tarde de sábado na COP-15, a conferência de biodiversidade das Nações Unidas que acontece em Montreal, um grupo de 69 países em desenvolvimento fez uma declaração pedindo recursos financeiros para preservar a natureza. O documento, lido pelo embaixador brasileiro Leonardo Cleaver De Athayde, também pede um fundo específico para conservação.

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A iniciativa é similar à da COP 27, do clima, que aconteceu no Egito em novembro. Ali, pela primeira vez, os países concordaram em criar um fundo para os mais vulneráveis, que sofrem mais os impactos da mudança do clima. O fundo de Perdas e Danos, como ficou conhecido, contudo, ainda não tem dinheiro.

“É hora de estabelecer um mecanismo de financiamento que seja dedicado à biodiversidade”, leu Athayde, que chefia a delegação brasileira na COP 15.

Em Montreal está sendo negociado o Marco Global para a Biodiversidade, um acordo considerado tão importante para conter e reverter a perda de espécies no mundo quanto o Acordo de Paris foi para o clima.

O Marco Global, conhecido pela sigla em inglês GBF (Global Biodiversity Framework), tem quatro objetivos para 2050 e 22 metas com impactos ambientais, sociais e econômicos.

Uma das metas, por exemplo, busca estabelecer o compromisso de proteção de 30% da biodiversidade terrestre e 30% da aquática (do oceano e dos rios) até 2030.

A meta seria global. Países megadiversos, como o Brasil, entendem que desta forma, o peso de conservar a biodiversidade fica transferido a eles. Para isso, pedem recursos financeiros.

Embaixador brasileiro na COP 15, Leonardo Cleaver de Athayde

Wenderson Araujo/Valor

“Nossos territórios abrigam a maior parte da diversidade biológica do mundo”, leu o embaixador Athayde, em nome do grupo de quase 70 países que inclui a Índia, a Argentina, a Bolívia, o Equador e a Venezuela.

“Quando a COP 15 concordar com um marco global ambicioso, assumiremos um fardo maior do que outros na sua implementação”, continuou.

“É por isso que enfatizamos, nos termos mais fortes possíveis, que a adoção do Marco deve ser acompanhado de um pacote robusto de mobilização de recursos”, continuou.

A demanda é por recursos financeiros “mensuráveis, novos, adicionais e adequados de países desenvolvidos para os em desenvolvimento”. “Só um GBF com metas e uma arquitetura clara para acesso e mobilização de recursos pode ser considerado ambicioso”, seguiu o diplomata brasileiro.

“Concordamos que a implementação do GBF requer fundos adicionais de todas as fontes”, seguiu, lembrando, contudo, que os recursos mobilizados do setor privado não podem ser confundidos com as obrigações dos países industrializados previstos na Convenção de Biodiversidade”.

“A escala de recursos que serão necessários para implementar o GBF deixa claro que os recursos existentes hoje não estão à altura desta tarefa”, seguiu, pedindo que se defina um número sobre o montante destes recursos.

Em Genebra, em março, durante um encontro preparatório, o grupo encaminhou a proposta de que os países ricos se comprometam com pelo menos US$ 100 bilhões anuais ou 1% do PIB global até 2030, para a preservação da biodiversidade em países em desenvolvimento. O valor deveria ser revisado em 2030-2050 para incluir novos recursos.

*A jornalista viajou à COP 15 a convite da Avaaz

Fonte: Valor Invest

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