Seminário realizado pela Editora Globo discutiu desenvolvimento da tecnologia no país — como projeto bem-sucedido realizado pela MWM em edital da ABDI — e desafios para mercado global Bernardo Mello Franco, colunista do Globo, Thiago Bajur, CEO da Arkmeds, Rafael Alves, da Siemens, Gibram Raul, CEO da Technium, e Luís Augusto Maia Braggio, gerente de Qualidade, Manufatura e Indústria 4.0 da MWM
Fabio Cordeiro/G.Lab
Presente nos setores mais relevantes da economia mundial — da indústria ao esporte e entretenimento, passando por saúde, educação e sistema financeiro —, a inteligência artificial tem evoluído de maneira muito acelerada. Está no centro das atividades cotidianas da sociedade, na prestação de serviços públicos e privados e na tomada de decisão de organizações das mais diferentes atividades.
Os caminhos para o desenvolvimento da IA no país e o cenário internacional estiveram em debate no Fórum Inteligência Artificial: Presente e Futuro, realizado no último dia 30 pela Editora Globo, em parceria com Época Negócios, Valor Econômico e O Globo, com patrocínio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O encontro, transmitido pelas redes sociais da Época Negócios, foi mediado pelo jornalista Bernardo Mello Franco, colunista do GLOBO.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, lembrou que o Fórum Econômico Mundial prevê que até 2030 a economia digital vai movimentar em torno de US$ 100 trilhões:
“Em termos de acesso e uso, cada um de nós já experimenta um pouco da inteligência artificial. O que é importante para a ABDI é como isso afeta os modelos de negócios. Estamos falando de internet das coisas, ou seja, da conexão entre coisas, entre corpos, entre coisas e corpos, da conexão com as infraestruturas. Tudo isso precisa de algoritmo, de aprendizagem de máquina. Envolve o uso mais simples ou mais complexo de IA. Nosso propósito é fazer com que esse conhecimento chegue de maneira prática às empresas”, explicou.
Igor Calvet, presidente da ABDI, durante o fórum
Fabio Cordeiro/G.Lab
Nosso propósito é fazer com que esse conhecimento chegue de maneira prática às empresas”
O professor Anderson Soares, coordenador do Centro de Excelência em IA da Universidade Federal de Goiás (UFG), lembrou que a instituição foi a responsável pelo primeiro curso de graduação em IA do país, passo importante para o desenvolvimento da tecnologia no país:
“Somos uma grande máquina de talentos. Temos contrato com 45 empresas de vários setores econômicos, tais como energia, finanças, entretenimento e logística”, ressaltou.
Enquanto trabalha-se na formação de profissionais especializados, alguns setores já se destacam na aplicação de IA, como lembrou Ivone Ivassaki, líder de Prática e Consultoria na Kyndryl:
“A área industrial é a mais madura hoje no Brasil no uso de Internet das Coisas, Machine Learning e automação”, destacou.
Case inspirador
Cofundador e presidente da International Association of Artificial Intelligence (I2AI), Alexandre Del Rey aproveitou o seminário para anunciar e-book, produzido em parceria com a ABDI, com cem casos de tecnologias de inteligência artificial desenvolvidas no Brasil.
“A ABDI está à frente no processo de como usar a IA nos setores produtivos. Já a I2AI tem ajudado na questão de governança e a UFG está presente nos centros de pesquisa da IA”, resumiu.
Um desses cases foi apresentado durante o evento. A MWM Motores Diesel, selecionada em edital público da ABDI, desenvolveu um sistema de manutenção capaz de antecipar falhas, em parceria com Arkmeds, Technium e Siemens.
“Em 2018, começamos a discutir a indústria 4.0 e a identificar as dores da indústria automotiva. Em 2019, soubemos do edital da ABDI. A partir daí, mapeamos, por meio da realidade aumentada, a redução de tempo de reparo de máquina, criamos estrutura de coleta de dados e agora estamos avançando”, afirmou Luís Augusto Braggio, gerente de Qualidade, Manufatura e Indústria 4.0 da MWM.
No trabalho em equipe que gerou o case, a Technium é responsável por ferramentas para soluções de problemas, a Arkmedes desenvolveu sistemas de comunicação e um assistente virtual, e a Siemens coletou os dados das máquinas.
Fonte: Valor Invest