Ainda nesta semana, a Polícia Civil vai colher os depoimentos dos seis policiais militares envolvidos na abordagem ocorrida no dia 14 de novembro, na AL-220, que culminou com a morte do empresário Marcelo Barbosa Leite, atingido por um tiro de fuzil nas costas.
O delegado Sidney Tenório, que junto com Filipe Ferreira Caldas e Cayo Rodrigues, integram a comissão designada para investigar o caso, disse que já foram ouvidos dois familiares e cinco pessoas que presenciaram a abordagem feita pelos policiais militares, para saber o que realmente aconteceu.
"Até então tínhamos apenas a versão dos PMs de que Marcelo teria ultrapassado a viatura em alta velocidade e apontado uma arma de fogo onde a guarnição efetuou os disparos por legítima defesa", comentou Sidney acrescentando que "os depoimentos colhidos contradizem, um pouco, a versão dada pelos policiais militares".
Tenório informou que as oitivas com os seis militares acontecem esta semana e destacou que já sabe quem foi o autor do disparo que atingiu o empresário nas costas.
"Com base nesses depoimentos, junto com o que já temos nos autos, parte do material será encaminhado ao Instituto de Criminalística para que seja agendada a reprodução simulada, determinada pelo juiz Rômulo Vasconcelos, de Arapiraca", explicou o delegado.
A arma apresentada pela polícia, como sendo do Marcelo e a arma utilizada pelo PM também foram encaminhadas para perícia.
O caso
O empresário Marcelo Barbosa Leite, atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), faleceu em um hospital de São Paulo, nesta segunda-feira (05).
Marcelo Barbosa Leite, de 31 anos, foi internado em estado grave na Unidade de Emergência do Agreste, após ser atingido nas costas, com um tiro de fuzil, durante uma abordagem da Polícia Militar realizada na segunda-feira, 14 de novembro, em um trecho da AL-220, em Arapiraca.
Em Auto de Prisão encaminhado à 8ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, os policiais envolvidos na ocorrência relataram que o empresário teria reagido à abordagem, mas a família contestou a versão.
Conforme o Auto de Prisão, Marcelo trafegava em seu veículo, na rodovia, quando ultrapassou uma viatura da Polícia Militar saltando um quebra-molas. Os policiais militares então iniciaram perseguição ao veículo, que empreendeu fuga.
Ainda segundo relato dos militares, durante a perseguição, o acusado sacou uma arma de fogo, apontando em direção a eles, que reagiram disparando contra Marcelo, atingindo-o. No veículo foi apreendido um revólver calibre 38 com numeração raspada.
A família do empresário contestou a versão dos militares e afirmou que Marcelo não possuía arma de fogo.