Esta semana é decisiva para a tramitação da PEC da Transição e também do Orçamento de 2023. Por isso, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a Brasília nesta segunda-feira, 5, para articular a aprovação da proposta que pretende furar o teto de gastos em quase R$ 200 bilhões para cumprir promessas de campanha, como o Bolsa Família de R$ 600. Para falar das movimentações dentro do Congresso Nacional, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Giovani Cherini (PL), que criticou a PEC: “A pergunta que se faz: Eles querem aprovar a PEC da gastança e o recurso vai sair da onde? É mentira dizer que o presidente Bolsonaro ia fazer a mesma coisa. Nós íamos adequar e adaptar ao orçamento da União. É o que eles têm que fazer. Apresentem solução em termos de arrecadação. Não se pode imaginar um país aonde só vai gastar. Vejo que nessa transição tá cheio de político ‘mosca de padaria’, aqueles que é só ter uma balinha ou um docinho que estão sentando em cima”.
“Nós precisamos levar esse país a sério, e levar esse país a sério é não aprovar essa PEC da gastança. Eu vou votar contra essa PEC, não aprovo. Se quiserem, eles têm todo o poder do orçamento, retirem de outras áreas. Querem dar auxílio e resolver o problema da fome e da miséria, nós estamos juntos e eu voto à favor. Mas, sem a PEC da gastança. Porque vai acabar com o poder dos parlamentares, vai fechar o Congresso, é um tiro no pé dos senadores e deputados que estão indo no canto da sereia”, justificou. Para o parlamentar é importante defender o teto de gastos e injusto dizer que, se reeleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) faria a mesma coisa: “Quando nós aprovamos o teto de gastos no governo Temer eu era deputado federal e foi um grande avanço para a sociedade brasileira. O presidente Bolsonaro, é verdade, sofreu muito para cumprir o teto e só foi furado o teto em momentos de muitas dificuldades. E o presidente inclusive propôs grandes mudanças, junto com Paulo Guedes, nas privatizações para buscar recursos, na reforma da previdência para o Brasil poder arrecadar mais”.
O deputado também falou que a expectativa dentro de seu partido é de unidade contra a proposta petista: “Eu espero que todos votem contra. Até porque é uma questão importantíssima para o nosso partido. Nós sofremos quatro anos com o PT batendo todos os dias. E o PT não batia para ser bom para o Brasil, o PT batia para ser contra o Brasil. Tudo que era do presidente Bolsonaro eles votavam contra. Nós não vamos ser assim, nós vamos pensar no Brasil. Mas a PEC da gastança é realmente um cheque em branco e acaba com o poder do Congresso Nacional. E o Congresso não é esse que está aí, nós teremos uma nova formação, tanto da Câmara, quanto do Senado. Eles deveriam esperar. É muita pressa, muita afobação e muita pressão. Porque não indicaram os ministros ainda? Porque eles estão ali jogando os ministérios, negociando e dando ministério para um e para outro”.
Cherini argumentou que faltam propostas do novo governo para aumentar a arrecadação e angariar recursos, e cita como exemplos a reforma tributária, a reforma administrativa e as privatizações. O político ainda sugeriu alterações no texto da PEC que para ele fariam a proposta ser aceitável: “Temos que ser muito sensíveis a essa questão da pobreza e da miséria. Não tenho dúvida nenhuma disso. Dentro disso, para um ano é aceitável. Fora disso, nós não podemos assinar um cheque em branco. Nossa posição deveria ser no máximo R$ 70 bilhões, que seria mais ou menos o valor para pagar os R$ 600 e os R$ 150 para cada criança até 6 anos”.
Fonte: Jovem Pan