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Goldman diz que bolsas não refletem risco de recessão nos EUA

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Previsões são um alerta na esteira dos fortes ganhos das bolsas nos últimos dois meses, com apostas de que o banco central americano vai afrouxar a política monetária após a inflação atingir um pico A volatilidade pode marcar os mercados acionários no ano que vem, pois estes ainda não refletem o risco de uma recessão nos Estados Unidos, segundo estrategistas do Goldman Sachs e do Deutsche Bank.

A equipe, que inclui Christian Mueller-Glissmann e Cecilia Mariotti, disse que seu modelo implica uma probabilidade de 39% de uma desaceleração do crescimento dos EUA nos próximos 12 meses, mas os ativos de risco precificam apenas uma chance de 11%. “Isso aumenta o risco de mais sustos de recessão no próximo ano”, escreveram em nota nesta segunda-feira.

Enquanto isso, Binky Chadha, do Deutsche Bank, espera que o índice S&P 500 caia para 3.250 pontos no terceiro trimestre - 19% abaixo dos níveis atuais - com o início da recessão, mas o indicador deve se recuperar no quarto trimestre.

As previsões são um alerta na esteira dos fortes ganhos das bolsas nos últimos dois meses, com apostas de que o banco central americano vai afrouxar a política monetária após a inflação atingir um pico. Os estrategistas do Goldman disseram que, embora a política deva se tornar mais branda no próximo ano, a desaceleração do crescimento global vai manter os índices acionários sob pressão.

“Os prêmios de risco das ações parecem baixos, considerando o elevado risco de recessão e a incerteza no mix crescimento/inflação”, escreveram os estrategistas do Goldman, como o maior risco de queda das ações em meio a uma expansão econômica e volatilidade fracas, juntamente com “valuations” elevados. O S&P 500 é negociado a 17,5 vezes sua relação preço/lucro projetado, acima da média de 20 anos, de 15,7 vezes.

A análise do Goldman mostra que as bolsas tendem a se recuperar quando a inflação atinge o pico se uma recessão for evitada. No caso de uma retração, no entanto, os índices acionários caem outros 10%, em média, nos seis a nove meses após o pico. Embora vejam o risco de recessão nos EUA como relativamente baixo, observam que as preocupações com a estabilidade financeira, bem como os indicadores de estresse do mercado - como risco de liquidez e risco de solvência - subiram em todas as classes de ativos.

No geral, a equipe prefere títulos a ações, pois a renda fixa poderia oferecer melhor risco/recompensa e deve ser menos correlacionada positivamente com os índices acionários no fim de 2023.

Na semana passada, os estrategistas do Goldman estimaram que o S&P 500 terminará 2023 em 4.000 pontos - quase inalterado em relação ao fechamento da última sexta-feira. Também esperam maior volatilidade no próximo ano, seguida por uma recuperação no segundo semestre, disseram na segunda-feira. A equipe do Deutsche Bank também prevê uma retomada do índice no quarto trimestre, encerrando o ano em 4.500 pontos.

Entre outros pontos destacados pelo Goldman, os estrategistas recomendam permanecer “relativamente defensivo” no horizonte de três meses; com posição “overweight” (acima da média do mercado) em dinheiro/crédito; neutro em commodities; e “underweight” (abaixo da média) em títulos/ações.

Também recomendam foco no rendimento de curto prazo, como crédito de alta qualidade, e ser seletivo em ativos pró-cíclicos.

A equipe indica esperar oportunidades para adicionar risco em 2023; posição neutra em ativos cruzados e overweight em commodities em um período de 12 meses.

Daniel Acker/Bloomberg

Fonte: Valor Invest

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