Com quase 95% dos votos, Teodoro Obiang, que lidera a Guiné Equatorial há 43 anos, venceu as eleições presidenciais de 20 de novembro, de acordo com a apuração total divulgada neste sábado, 26, pela Justiça Eleitoral Nacional. Aos 80 anos, o presidente que há mais tempo ocupa o cargo no mundo, recebeu 405.910 dos 411.081 votos válidos como candidato do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), que concorreu em coalizão com 14 outros partidos políticos. Com esses números, a Junta Eleitoral Nacional proclamou Obiang “solenemente presidente eleito da República da Guiné Equatorial para um novo mandato de sete anos”, comunicou o ministro do Interior e presidente do órgão eleitoral, Faustino Ndong Esono Ayang. Desde que se tornou independente da Espanha em 1968, o país só conheceu dois presidentes: Obiang e o seu tio Francisco Macias, o qual derrubou em golpe de Estado em 1979. Nas eleições, a população elegeu também os cem membros da Câmara dos Deputados e 55 dos 70 integrantes do Senado, além dos representantes municipais do país. O PDGE ganhou todos os cem assentos na Câmara dos Deputados e 55 no Senado, além de 588 vereadores, sem que os dois outros partidos tenham obtido qualquer representação nessas votações. As eleições foram realizadas após o partido da oposição proibida Cidadãos pela Inovação ter tido a sua sede em Malabo invadida pelas forças de segurança em 29 de setembro, após um cerco de cinco dias.
Com Obiang no comando, a Guiné Equatorial investiu fortemente em infraestruturas graças à riqueza em petróleo do país (um dos maiores produtores de petróleo da África Subsaariana), a principal fonte de receitas estatais. No entanto, opositores o acusam de ter se apropriado dos lucros do petróleo e beneficiado pessoas próximas, enquanto a maioria dos cidadãos vive na pobreza. Organizações de direitos humanos também acusam o regime de ser um dos mais repressivos. Os resultados finais devem ser validados pelo Tribunal Constitucional, disse o ministro do Interior, que calculou 98% de participação dos eleitores. O pequeno país da África Central, com uma população de cerca de 1,5 milhão de habitantes e o único país de língua espanhola na África Subsaariana, realizou eleições presidenciais no domingo passado, marcadas para 2023, mas que foram antecipadas para poupar custos – segundo o governo – e para coincidir com as eleições legislativas e municipais. A Guiné Equatorial é considerada um dos países mais corruptos do mundo, de acordo com a ONG Transparência Internacional.
*Com informações da EFE
Fonte: Jovem Pan