Muitos brasileiros têm buscado caminhos para viver fora do país. Os Estados Unidos mantém a liderança dos países mais buscados, 42% dos casos. Insatisfeito com bastante tempo com a política e, principalmente, com o resultado das últimas eleições, o administrador de empresas Daniel Longo decidiu que vai morar nos Estados Unidos com a esposa e com os filhos. Para isso acontecer, houve planejamento financeiro, além da questão do visto e procura por escolas para as crianças. Com relação ao trabalho, ele possui muita flexibilidade e pode morar em qualquer lugar, já a esposa, que é médica, vai fazer algumas provas para conseguir uma certificação americana. “Eu acho que, ao longo do tempo, desses últimos dois anos, eu passei por algumas experiências desagradáveis aqui no Brasil, e a última culminou com essa nossa eleição que nós tivemos, que, ao meu ver, o que eu consegui ver, é que o Brasil realmente vai entrar em um momento muito complicado, daqui para a frente, então acabei tomando essa decisão junto à minha família de procurar as pessoas certas para fazer esse caminho da gente ir morar fora do Brasil”, disse.
As motivações são, na maioria dos casos, as mesas: insegurança, instabilidade e falta de perspectiva para o futuro. Os empresários migram os negócios para os Estados Unidos em busca de melhores condições tributárias, segurança trabalhista e terreno fértil e estável para expansão de suas carreiras e negócios. O outro lado da moeda é que o Brasil perde muita gente qualificada que poderia estar produzindo riqueza internamente. Em alguns países, por exemplo, a comunidade brasileira com nível superior de educação ultrapassa 79% dos imigrantes. Em 2009, havia em torno de 3 milhões de brasileiros morando no exterior. Atualmente, o Itamaraty estima 4,5 milhões, sendo 2 milhões na América do Norte, 1,3 milhão na Europa e 227 mil na Ásia.
Roberto Spighel, CEO da Agência Morar Estados Unidos, conta que 5 mil pessoas entraram em contato com a empresa dele para sair do país no dia seguinte ao resultado final das eleições presidenciais de 2022, em 30 de outubro. “Em 1980, era um perfil completamente diferente, era uma era um pessoal que buscava se aventurar e tentar buscar a vida em outro país. Hoje não, hoje, com a tecnologia e com a informação, as pessoas buscam a revalidação ou a recolocação no mercado já antes mesmo da mudança. Então, se preparou. Por isso que profissionais mais qualificados conseguem, hoje, buscar essa mudança”, diz.
*Com informações do repórter Victor Moraes
Fonte: Jovem Pan