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Alagoas

MOACIR SANTANA, FUNDADOR DO ARQUIVO PÚBLICO DE ALAGOAS, MORRE AOS 90 ANOS

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O fundador do Arquivo Público de Alagoas (APA), Moacir Medeiros de Sant"Ana, faleceu nesse domingo (13), em Maceió. Advogado, professor e doutor em História, reconhecido por notório saber, ele dedicou mais de quatro décadas de vida à instituição e deixou um legado valioso em obras literárias e históricas. O sepultamento foi realizado no cemitério Parque das Flores.

O governador Paulo Dantas, por meio de suas redes sociais, prestou solidariedade à família e, reconhecendo a grandeza dos serviços prestados a toda comunidade alagoana, decretou luto de três dias, em memória ao primeiro diretor do Arquivo Público do Estado.

"Lamento o falecimento do professor e historiador Moacir Sant"Ana, neste domingo. Professor Moacir, de tanta contribuição à preservação da memória histórica e cultural de Alagoas, foi o primeiro diretor do Arquivo Público do nosso Estado. Meus sentimentos de pesar aos seus amigos familiares", escreveu o governador.

O professor Moacir Sant"Ana completou 90 anos no dia 25 de setembro deste ano, destes, mais de 40 foram dedicados a reunir e resguardar o acervo documental administrativo do Estado, livros raros e uma vasta coleção de periódicos que registram séculos de história e estão protegidos no APA.

Homenageado e imortalizado

Destacado como patrono e primeiro "Guardião da Memória Alagoana", Moacir Sant"Ana foi o grande responsável por iniciar a trajetória de mais de 60 anos de preservação da documentação histórica e administrativa do Estado de Alagoas. Para homenageá-lo, o APA criou, em 2020, o Moacirzinho, um personagem mirim, inspirado nele, para dialogar com o público infanto juvenil. Tudo para estimular, desde criança, o amor pela pesquisa sobre Alagoas.

Foi a abnegação e dedicação quase exclusiva à pesquisa que fez Moacir Sant"Ana ser recomendado pelos ilustres Théo Brandão e Jayme de Altavilla para ser o primeiro diretor do Arquivo Público de Alagoas. Seu legado foi construído com muito zelo, após o resgate dos documentos dos porões do Museu Palácio Floriano Peixoto, sua vida girou em torno da consolidação de um espaço seguro para documentação pública e que pudesse ser acessível aos pesquisadores.

"Nesse momento de dor, onde a saudade vai permanecer em nossos corações enquanto vivermos, nós buscamos também expressar nossa gratidão e reconhecimento ao trabalho abnegado que ele dedicou, proporcionando, a todos nós, acesso a fontes primárias de pesquisas e um espaço para cultivar a cultura alagoana", disse a superintendente do APA, Wilma Nóbrega.

O amor de um pesquisador

Noites em claro, debruçado na identificação e catalogação de documentos raros que revelam a história de Alagoas, eram cenas frequentes na vida da família, como revelou uma das filhas, Ana Roberta, em postagem nas redes sociais do APA, no ano passado.

"No Arquivo Público, entre tantas gavetas guardiãs da memória sobre Alagoas, e são muitas, adorava me debruçar na coleção fotográfica de Luiz Lavenère que foi doada ao meu pai e este, por sua vez, doou ao Arquivo", contou.

"Era um deleite ver as fotos em vidro, e os negativos, era como ter Maceió em minhas mãos. Época não vivida por mim, mas eu mergulhava na história, pois o professor Moacir estava lá para acrescentar a cada fotografia a história não contada", relembrou.

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